Epítome descritivo sobre o cenário e a vida além da sepultura (Jorge Hessen)
Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com
Brasília-DF
Conquanto
haja kardequeólogos de plantão que andam rejeitando os livros do Espírito André
Luiz, particularmente sigo por outros
caminhos, acolhendo as revelações do autor de “Nosso Lar” e de outros
Benfeitores com serena confiança. Em face disso, discorreremos se na dimensão
dos espíritos realmente existem casas, templos, escolas, hospitais, ruas,
árvores, parques.
Com
certeza por “lá” não há “vasos
sanitários” e mictórios. Lamentavelmente, existem “romances
mediúnicos” que não passam de abusos ficcionais criados por “médiuns”
obsedados. Há um dilúvio desses “romances” alucinantes narrando que no além os espíritos se casam, copulam e geram
filhos, sim! Reproduzem!!! Afiançam que pela fecundação, há a gestação, o
nascimento dos “bebês” (pasmem!) Contam até que por “lá” o espírito morre,
(morre!? meu Deus!!!) sobrevindo o sepultamento dos seus restos perispirituais
em cemitérios d’além-túmulo.(Isso é consequência de médium com distúrbio
psicológico, com certeza!)
No
Mundo Espiritual, o ambiente difere totalmente do planeta, pois lá, como
descrevem os Espíritos comunicantes, não há frio nem calor excessivo, não há
terremotos nem tempestades. Nas Colônias Espirituais, os domicílios não se
amontoam uns aos outros como nas grandes cidades terrestres; eles oferecem
espaços regulares entre si, como a indicar que naquele abençoado reduto de
fraternidade e auxílio cristão há lugar para todos. Não há estabelecimentos
comerciais, mas, em compensação, há grande número de instituições consagradas
ao bem coletivo.¹
O
processo utilizado pelos desencarnados em seus engenhos e edificações é pela
energia do pensamento e da vontade. O pensamento é força criadora e a vontade é
força propulsora. Através destas duas potencialidades, os Espíritos constroem
tudo o que desejam. O Universo é seu laboratório.² Podem formar conjuntos com
aparência, forma e cor determinadas. Kardec inclui essas possibilidades dos
fenômenos peculiares ao mundo espiritual no que chamou laboratório do mundo
invisível.
Muitos
Espíritos dizem que a luz do sol por “lá” é agradável e reconfortante.
Realmente há edificações belíssimas, algumas de séculos, protegidas por
muralhas, armas e até animais, onde os habitantes têm o desfrute de deleites e
costumes tipicamente físicos, como nutrição, por isso há plantações e fábricas
diversas (sucos, roupas etc.).
Os
desencarnados muito atrelados à vida material que chegam ao Mundo Espiritual
sem compreenderem a transformação por que passaram, e têm ainda sensação de
fome e sede, lhes são ministrados alimentos em instalações especiais, até que,
adaptados ao meio em que iniciaram a nova vida, entendam que não têm mais
necessidade desses alimentos.
Sobre
esse quesito alimentação, alguns Espíritos necessitam de substâncias
suculentas, tendentes à condição fluídica, e o processo será cada vez mais
delicado, à medida que se intensifique a ascensão individual, pois a alma, em
essência, apenas se nutre de amor.
De
forma geral, é indispensável os concentrados fluídicos nas operações
nutritivas. Em face da essencialização das substâncias absorvidas, não existem
para o veículo psicossomático³ os exageros e inconveniências dos sólidos [bolo
fecal] e líquidos [urina] da excreta comum.⁴ A exsudação se dá pelos poros. À
vista disso, e não obstante algumas psicografias famosas de romances
“espíritas” que descrevem supostos banheiros no além, constatamos aqui com
André Luiz que inexistem “vasos
sanitários” e “mictórios” por “lá”.
Pela
difusão cutânea, o corpo espiritual, através de sua extrema porosidade,
nutre-se de produtos sutilizados ou sínteses quimioeletromagnéticas, hauridas
no reservatório da Natureza.⁵ A água é veículo dos mais poderosos para os
fluidos de qualquer composição. No além, ela é empregada sobretudo como
alimento e remédio.
É
de extraordinária importância a respiração no sustento do corpo espiritual. Na
Terra, o homem se alimenta muito mais pela respiração [70%], colhendo o
alimento de volume [30%] simplesmente como recurso complementar de fornecimento
plástico e energético, para o setor das calorias necessárias à massa corpórea.
⁶
Não
ignoramos que os espíritos conservam as faculdades que tinham na Terra; eles
têm visão, audição, sensação, percepção, mas diferentemente de quando possuíam
um corpo físico, ainda que muitos deles em claudicação, julguem que tais coisas
se passam, por lá, da mesma forma que no corpo.
Destaque-se
que os Espíritos estão por toda parte,
nenhum lugar circunscrito ou fechado se destina a uns ou a outros, segundo
consta em o Livros dos Espíritos.⁷ O fato de estarem os desencarnados “por toda a parte” deve ser explicado
com sensatez, como existindo colônias ou construções fluídicas em toda parte do além.
Referências
Bibliográficas:
1 XAVIER, Francisco
Cândido. Voltei, ditado pelo Espírito Irmão Jacob, RJ: Ed. FEB, 1958
2 KARDEC, Allan. O
Livro dos Espíritos, per. 27, RJ: Ed. FEB, 1971
3 A constituição íntima
do perispírito não é idêntica em todos os espíritos encarnados ou desencarnados
que povoam a Terra ou o espaço que a circunda.
4 XAVIER, Francisco
Cândido. Evolução em dois mundos, ditado pelo Espírito André Luz, 20ª. Edição,
RJ: Ed. FEB, 1958
5 XAVIER, Francisco
Cândido. Missionários da Luz, ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed FEB, 1971
6 Idem
7 KARDEC, Allan. O
Livros dos Espíritos, questão 188, RJ: Ed FEB, 1976