Porque o que faço não o aprovo; pois o que
quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. [1]
A reencarnação é um dos
princípios básicos da Doutrina Espírita. Corresponde à idéia que formamos da aplicação
das leis divinas para com os espíritos imperfeitos. Desta forma, a pluralidade
das existências elucida cabalmente o destino dos seres de acordo com os ditames
da lei de evolução e oferece os meios imprescindíveis para reparação dos
desacertos através de várias experiências. Portanto, as múltiplas existências
permite voltar a nascer noutro corpo físico para retificação das lições equivocadas de vidas
passadas e experimentação de novas
etapas provacionais.
Nosso atual estágio espiritual é resultado de longa trajetória evolutiva
realizada ao longo dos milênios incontáveis. Nessa andança, construímos na base
dos sentimentos os altares egóicos que obliteraram nossa visão e entendimento
sobre o Criador, impedindo-nos “vê-LO”
como Pai justo, amoroso e bom, deslembrados que Ele sempre estabeleceu o melhor para suas
criaturas.
Edificando anseios perturbadores
e viciados negligenciamos a demolição dos sentimentos malsãos e cristalizados
ao longo da extensa caminhada. São emoções que nos escravizam, nos afligem, nos trazem dor.
Desconstruir o egoísmo é a
empreitada mais urgente e real que necessitamos empreender para o êxito da
reencarnação. Mas o que é real?
Real é o conhecimento do plano de
Deus em relação a nós. Tudo mais é irreal.
O Espiritismo nos oferece as
ferramentas necessárias para que nosso planejamento espiritual possa ser
cumprido. Na explicação dada à questão 909 de O Livro dos Espíritos
identificamos que é chegado bem aquele momento de sinalizarmos nosso status:
“Desculpe o transtorno, estamos em obra.” [2]
O desejo pela renovação é sempre
salutar ainda mais quando notamos que os edifícios éticos da sociedade estão
desabando, que as suntuosidades dos templos religiosos denotam ruinas morais,
que as estruturas familiares estão abaladas nos seus alicerces mais essenciais.
Estamos sob o impacto das fraquezas emocionais vulneráveis em face do futuro
obscuro.
Talvez todos estejamos testando o
nível da própria resiliência, isto é, estamos arrostando os desafios íntimos, a
fim de vencermos obstáculos para não ceder à pressão, em qualquer situação, não
obstante e paradoxalmente apresentamos sinais inequívocos de fragilidades
emocionais e sacrifícios psíquicos.
O mal, que é o ilusório, ainda
não recuou das nossas atitudes e sentimentos, porém “faz-se mister que o mal
chegue ao excesso, para tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas.
” [3]
A renovação social bate às portas
da humanidade e já diagnosticamos as causas reais de tanto sofrimento e desamor
que não tem outra fonte senão o egoísmo e o orgulho. Entretanto diagnosticar a
doença é fundamental, mas iniciar o processo de profilaxia é essencial para que
a cura se estabeleça , para que o organismo vivo se torne sadio e pleno.
Todavia encontramos um ser humano
frágil e temoroso frente as mudanças e há de se questionar: Por que tanta
culpa? Por que tantas justificativas ingênuas?
Por que estais temerosos? [4] É o
Cristo a questionar os discípulos em meio a tempestade. Acrescentando: “Há
tanto tempo estou convosco, e tu não me tens conhecido? ”[5]
Jesus, o Cristo de Deus é o
modelo daquele que não desiste e nunca desistirá de nossa transformação para o
bem.
Lembremos que em tempos de
transição não significa que o mal aumentou, mas sim que estamos mais sensíveis
ao sofrimento do outro, por isso nos incomodamos tanto com as injustiças,
guerras, crimes contra a humanidade, e com o descaso com o ser humano.
Refazer caminhos, sem atalhos, é
lançar a mão á charrua e não olhar para trás. Seguir confiando que Ele está no
leme da embarcação chamada Vida.
Não façamos o mal. É tempo de
renovação, é hora de construir em nós mesmo a plataforma moral para edificarmos
as lutas pela vitória final do Bem.
Por que te deténs? Aproveitemos o
benefício da reencarnação e façamos o bem que queremos. Isso é o real!
Referências bibliográficas:
[1] Romanos 7:15
[2] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, questão nº909, Rio
de Janeiro: Ed. FEB-2007,
[3]. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, questão nº 784,
Rio de Janeiro: Ed. FEB-2007,
[4] Evangelho de Marcos 4:4
[5] Evangelho de João 14:9
(*) Jane
Maiolo – É professora de Ensino Fundamental, formada em Letras e pós-graduada
em Psicopedagogia. Colaboradora da Sociedade Espírita Allan Kardec de Jales.
Pesquisadora do Evangelho de Jesus. Colaboradora da Agenda Brasil Espírita-
Jornal O Rebate /Macaé /RJ – Jornal Folha da Região de Araçatuba/SP –Blog do
Bruno Tavares –Recife/PE - Site www.kardecriopreto.com.br -Apresentadora do
Programa Sementes do Evangelho da Rede Amigo Espírita. Janemaiolo@bol.com.br