Luiz Carlos Formiga |
A vida começa no momento da concepção para
terminar no momento da morte física?
A explicação, de certos dons e talentos
atuais, pode ser encontrada nas vidas passadas?
O que seria “o karma?”
Carma significa "ação" em
sânscrito. É ensinada nas religiões mais antigas e hoje abundantemente
comentada.
A lei do carma pretende que toda ação
humana, incluindo pensamento/sentimento, gera uma carga positiva, negativa ou
neutra. E essa carga, liberada com a ação, retorna sempre àquele que a emitiu.
A pessoa morre encolerizada e leva "a
reserva emocional" (1, 2) consigo para o plano espiritual. É uma lei que não
castiga nem recompensa, apenas restitui.
Ao examinarmos o comportamento humano é
fundamental utilizarmos o critério espiritual e a noção de "vidas
passadas"?
A Medicina usa o critério da normalidade e
seus valores.
O que é um hipertenso?
Mas, os critérios estatístico e
sócio-cultural nem sempre são suficientes. Dentes cariados, embora prevalentes,
não podem ser considerados "normais" para a finalidade. A finalidade
é bom fio condutor.
Qual a finalidade da existência, da vida,
do corpo?
Numa perspectiva física poderemos dizer
que, em termos de finalidade, um relógio adequado é o que oferece a hora certa.
Mas, como avaliar seres psicológicos?
Numa visão materialista seria absurdo
considerar a ecologia da alma. (2) e o plano espiritual. Para essa classe de
pesquisador o homem seria apenas impulsos eletroquímicos num biocomputador que
se originou por acaso. (3)
Como pensa aquele que percebe que o homem
é um ser de natureza biológica, psicológica, social e espiritual?O que norteia
a sua análise? Certamente, num ser multifacetado, devemos considerar o estudo
ou teoria dos valores. O que são valores?
Podemos considerar como valores tudo aquilo
que contribui para a perfeição do homem e para a realização dos seus fins
existenciais como pessoa.
E, se considerarmos o homem como um espírito
em evolução? Como avaliar as melhores possibilidades de evolução? Que caminho é
o mais rápido, para o desenvolvimento psicossocial?
A realidade é que para analisarmos seres
psicológicos é necessário considerar sua natureza. Que é o homem? Quais comportamentos
melhor contribuem para a perfeição humana física e mental? Para a realização da
sua finalidade como pessoa? De onde
viemos? Qual a nossa destinação? Que critérios utilizar para essa análise? Existe
algum critério que seja mais importante ou devemos fazer um somatório?
O critério de prevalência, maior ou menor
frequência, é o mais adequado? E o critério biológico, visto como
intencionalidade natural?
Distúrbios eletroencefalográficos
frequentes e intensos podem levar a inferência da existência de imaturidade
bioelétrica cerebral? Podemos fazer correlação com uma imaturidade psicológica
em seus portadores?
Uma deficiência enzimática ou o seu
aumento podem também ser considerados na análise de um comportamento encontrado?
Variações anatômicas cerebrais poderiam explicar padrões de comportamentos,
como menor capacidade para elaborar as emoções, imaturidade afetivo-emocional?
O período infantil é importante para o
futuro, depois que o espírito chegar a idade adulta?
A criança é ser imaturo, indiferenciado, e
com ampla plasticidade psicológica. Um pesquisador a qualificou como um "perverso
polimorfo". Hermínio Miranda não concordou e a qualificou como “pervertível
polimorfo”, dizendo que a sexualidade no inicio da vida, é mais ou menos
indiferenciada e sujeita a desvios, porém não polimorfa, psicologicamente
falando.
Pensando em crise de identidade, advoga-se
que há continuidade e severidade de relações patológicas entre pais e filhos. Advoga-se
também que progenitores complicados, ausentes, subservientes, alcoólatras,
machistas, violentos, autocratas, dominadores, interferem desfavoravelmente, na
infância. O critério estatístico aqui pode ser relembrado. Vinte e dois por
cento de mulheres transexuais sofreram abuso sexual dos próprios pais. Em 37%
dos casos a relação entre os pais era turbulenta, doentia, com separação. Como
distinguir convicções transexuais de ilusões psicóticas?
Pensemos ainda no critério reencarnação,
com a vertente espiritualista da ciência.
Diante de um acidente de percurso, na
ausência de esforço para retornar ao equilíbrio haverá agravantes no futuro?
Sendo reencarnação expiatória e não havendo
esforço de transformação, se estará repetindo os mesmos erros da vida anterior?
Haverá agravantes?
Nessa hora de “dominação” materialista, crianças
com distúrbios sexuais transitórios poderão ser privadas de poderosos estímulos
que as fariam superá-los?
Disse Austin O’Melley: “a criança é um
diamante que ainda não foi lapidado.” (4)
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