Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com
Anotamos aqui os sucessivos intervalos
da macro programação do projeto da Terceira Revelação na Terra, conforme publicado
na Revista Espírita do mês de dezembro de 1863. Alude-se sobre a primeira fase teria sido o da curiosidade
, que podemos identificar no marco inicial do “moderno espiritualismo americano”,
a partir de 1848, em Hydesville, no Estado de Nova Iorque, na residência dos
Fox. Aí os fenômenos curiosos deram início ao surto de uma grande invasão
psíquica organizada que se propagou por toda a Terra. Constituindo-se na França
de então, uma verdadeira coqueluche na sociedade parisiense - as mesas
girantes.
O lance seguinte foi o filosófico
em razão da publicação de O Livro dos Espíritos. Como todas as ideias novas, o
livro teve adversários tanto mais obstinados quanto maior era a ideia, porque
nenhuma ideia grande pode estabelecer-se sem ferir interesses, daí ocorrer a terceira fase como a “ocasião da luta”. Para Kardec o
Espiritismo se tornaria crença geral e marcaria nova era na história da
humanidade, porque está na Natureza e chegou o tempo em que ocuparia lugar
entre os conhecimentos humanos. Teria, por isso mesmo, que sustentar grandes
lutas. Nesta etapa identificamos o Auto de fé em Barcelona, envolvendo a queima
de livros encomendados por Maurice Lachâtre, por ordem de autoridade
eclesiástica (1861). Daí para a frente, o clero inseriu os livros de Kardec no
Index Prohibitorum e abriu campanha contra o Espiritismo.
Para Kardec a etapa das lutas determinaria uma nova
fase do Espiritismo e levaria ao quarto
período, ou designadamente o período
religioso. Nesta fase entronizamos o lançamento de O Evangelho Segundo o
Espiritismo. No Brasil, sem prejuízo dos demais aspectos da Doutrina, é
inegável a inclinação religiosa da imensa maioria dos adeptos pelas consolações
que o Evangelho Segundo o Espiritismo proporciona, dando à Fé uma nova dimensão,
conciliando-a com a Razão. É o Cristianismo, como expressão atualizada da
Mensagem Eterna do Mestre, revivida no Consolador.
Depois viria o quinto
período ou etapa intermediária,
consequência natural do período religioso, e que mais tarde receberia sua
denominação característica e que deverá levar o homem a um novo passo no conhecimento
de si mesmo e do chamado mundo invisível, a evidenciar para materialistas e
negativistas o princípio fundamental em torno do qual gira o nosso destino:
Deus e a Imortalidade da alma.
Neste contexto, recordamos que
ao tempo do Codificador os debates filosóficos e teológicos dedilhavam o mundo material e o mundo espiritual, mormente
a ciência ainda não havia avançado o suficiente como nos tempos atuais. Hoje
falamos de um outro mundo, o “mundo virtual” com uma ciência voltada
para o domínio do espectro do eletromagnetismo com a Tecnologia da Informação
Cibernética , que possibilita ao homem a comunicação entre si com a velocidade
do pensamento em qualquer ponto do planeta. Assim, poderíamos chamá-lo de o período virtual (da Tecnologia) que corroboraria
com o viés científico da Doutrina.
O sexto e derradeiro período seria o da regeneração social, que deverá abrir a era
do espírito. Para o mestre lionês, nessa época, todos os obstáculos à nova
ordem de coisas determinadas por Deus para a transformação da Terra terão desaparecidos.
A geração que surgirá estará imbuída de ideias novas, estará em toda sua força e
preparará o caminho da que há de inaugurar o triunfo definitivo da união, da
paz e da fraternidade entre os homens, confundidos numa mesma crença, pela
prática da lei de amor.