UMA ANÁLISE INTRODUTÓRIA SOBRE A COERÊNCIA DOUTRINÁRIA DA OBRA DE ANDRÉ LUIZ: "A VIDA NO MUNDO ESPIRITUAL"
Leonardo Marmo Moreira1,2* e Edmilson Marmo Moreira3*
1Centro Espírita Caminho da Paz (CECAPAZ), São João del-Rei-MG.
2Grupo Espírita Tereza de Ávila (GETA), Três Corações-MG. 3Núcleo Espírita Fraternidade e Amor (NEFA), Itajubá-MG.
*e-mail
dos autores: leonardomarmo@gmail.com; edmarmo@yahoo.com.br
RESUMO
O presente artigo apresenta uma discussão introdutória sobre a questão:
"Há coerência da obra de André Luiz com as bases kardequianas?".
Existem autores no movimento espírita que questionam a legitimidade da obra
deste Espírito, a partir de argumentos que suas informações seriam contrárias à
Codificação Espírita ou com o pensamento do Codificador. Estes argumentos são
baseados na originalidade de algumas informações contidas na obra ou na falta
de universalidade destas informações. Neste contexto, este artigo apresenta
contrapontos a estas argumentações levantando outras questões que devem estar
presentes neste tipo de questionamento. É um trabalho inicial que deve ter
continuidade, mas que promove uma reflexão de como deve ser a postura do
estudante na análise de obras subsidiárias à Codificação de Allan Kardec.
Palavras-chave: André Luiz; Obras subsidiárias; Coerência
doutrinária.
1 INTRODUÇÃO
A obra de André Luiz foi psicografada por Francisco Cândido
Xavier como médium único majoritariamente e pela parceria mediúnica entre
Francisco C. Xavier e Waldo Vieira em alguns livros. O trabalho de André Luiz,
no que se refere à chamada série “Nosso Lar”, consiste em um relato do
cotidiano da vida no mundo espiritual. A respectiva vivência espiritual é
narrada por um Espírito que tenta se adaptar, aprender e crescer intelecto-moralmente
ampliando seus valores e aptidões, a partir da constatação de seu estado de
Espírito desencarnado em zona de sofrimento. Vale registrar, como já foi
explicitado pelo professor José Herculano Pires no programa de rádio “No Limiar
do Amanhã”, do início da década de 1970, disponível na internet e que vem sendo
publicado pela “Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires”, e artigo
referente ao tema (MOREIRA, 2016), que Herculano, ao contrário do que asseveram
alguns confrades, nunca combateu Emmanuel ou André Luiz. Ele chega a dizer que
“é fã de Emmanuel”.
Vale registrar que baseado no programa “No Limiar do
Amanhã”, a referida Fundação já publicou, por exemplo, o livro “O Evangelho de
Jesus em Espírito e Verdade por J. Herculano Pires” [Pires, 2016]).
André Luiz jamais coloca-se como mentor em suas obras, mas
como um aprendiz, que busca transmitir o que vai assimilando a cada momento, o
que é enfatizado por Herculano Pires no programa “No Limiar do Amanhã”. Com uma
linguagem concisa e escorreita, André Luiz, com grande capacidade de síntese,
informa o que vai apreendendo a cada momento da vida espiritual, seja em
contato com mentores mais elevados, seja na crosta terrestre. Ele observa os
processos espirituais que ocorrem com os seres encarnados e suas implicações.
Nesse último tópico, faz estudos sobre processos relevantes doutrinariamente
como emancipação da alma através do sono, obsessão, fenômenos mediúnicos,
processos desencarnatórios, entre outros, sendo que muitos desses episódios são
estudados em centros espíritas e reuniões de evangelho no lar.
Apesar da qualidade literária do texto, diversidade de
ensinamentos morais e informações científicas, a obra deste espírito, em
especial os livros da chamada série "A vida no mundo espiritual", sofre
diversas críticas e resistência de alguns confrades do movimento espírita que
argumentam que o seu conteúdo não está em conformidade com a obra básica da
Doutrina Espírita. Neste cenário, este artigo promove uma discussão
introdutória sobre esta questão, apresentando algumas características destas
obras e confrontando os principais argumentos de resistência com o conteúdo das
obras da Codificação e, também, do pensamento do Codificador do Espiritismo,
conforme consta de suas anotações e observações nas obras básicas e na Revista
Espírita.
Este artigo está estruturado da seguinte forma: a próxima
seção faz uma breve explanação das principais características da obra de André
Luiz, em especial a série "A vida no mundo espiritual". A seção 3
apresenta os principais argumentos daqueles que se opõem a este obra como
conteúdo espírita. A seção 4, discute os argumentos levantados na seção
anterior e a seção 5 conclui o artigo.
2 A OBRA DE ANDRÉ LUIZ: "A VIDA NO
MUNDO ESPIRITUAL"
Para o propósito deste artigo, esta discussão é
principalmente circunscrita aos treze livros da série "Nosso Lar",
também conhecida como série “A Vida no Mundo Espiritual”. De fato, o autor
espiritual também redigiu outros livros mais focados em conteúdo moral, tais
como “Agenda Cristã”, e/ou em orientação de diretrizes comportamentais para
espíritas militantes, como é o caso das obras “Conduta Espírita” (pelo médium
Waldo Vieira) e “Desobsessão” (pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo
Vieira). André Luiz também é autor de outros livros de mensagens morais como
autor espiritual único ou em parceria com o benfeitor espiritual Emmanuel,
mentor espiritual de Chico Xavier e orientador da mediunidade e dos livros
obtidos pela mediunidade de Francisco C. Xavier.
Os treze livros são:
1. Nosso
Lar
2. Os
Mensageiros
3. Missionários
da Luz
4. Obreiros
da Vida Eterna
5. No
Mundo Maior
6. Libertação
7. Entre
a Terra e o Céu
8. Nos
Domínios da Mediunidade
9. Ação
e Reação
10.Evolução em Dois Mundos
11.Mecanismo da Mediunidade
12.Sexo e Destino
13.E a Vida Continua
Os treze livros da chamada “Série Nosso Lar” apresentam
vários pontos em comum, mas também algumas diferenças significativas. A maioria
deles, ou seja, onze dos treze livros, constituem narrativas, sendo que dos
onze, dez são relatos elaborados na primeira pessoa do singular, ou seja, André
Luiz é o narradorprotagonista dos acontecimentos, participando ativamente dos
eventos narrados (a exceção é a última obra da série denominada “E a Vida
Continua”, que constitui uma narrativa em que o escritor-narrador, André Luiz,
não participa diretamente). Essa forma de escrita é um dos fatores responsáveis
pelo sucesso editorial das obras de André Luiz, uma vez que o público espírita
(e também espiritualista simpatizante do Espiritismo) brasileiro tem grande
predileção pela leitura de romances. No entanto, André Luiz destaca-se de
outras obras de estilo semelhante por apresentar maior volume de informações
assim como uma significativa consistência, uma vez que muitas passagens e
ensinamentos de um livro são corroborados por ensinos de outras obras.
André Luiz escolhe, via de regra, não citar explicitamente
as obras de Allan Kardec na análise dos eventos dos quais participa, muito
embora o Codificador do Espiritismo seja exaltado em vários prefácios de suas
obras, assim como em obras como “Conduta Espírita”. Talvez o objetivo fosse
tornar a leitura mais leve, objetiva e diretamente associada às vivências
propriamente ditas, deixando as correlações e inferências doutrinárias para
estudos comparativos posteriores. Essas possíveis análises comparativas vêm, de
fato, motivando estudos por parte de vários confrades, muito embora
consideremos que um maior nível de aprofundamento em tais avaliações ainda está
por ser desenvolvido.
O fato de André Luiz não ter sido espírita em sua vida
física talvez tenha favorecido o estabelecimento do estilo de escrita
romanceada, o qual será mantido mesmo quando André Luiz passa a deixar claro
seu comprometimento com o ideal espírita.
Emmanuel também enfatiza, o que pode ser constatado através
de informações registradas nos prefácios, contracapas e notas explicativas de
algumas edições das obras de André Luiz, que o médico desencarnado foi um autor
“escolhido a dedo” para desenvolver aquela tarefa de ser uma espécie de
“repórter/jornalista investigativo do mundo espiritual” (tais informações estão
redigidas, por exemplo, na chamada “orelha” de todos os livros da primeira
edição especial de 2003, como, por exemplo, em “Missionários da Luz” (XAVIER,
2003)). Emmanuel, muito provavelmente, participou de forma direta dessa
escolha, encontrando em André Luiz as características morais, a personalidade,
o estilo de escrita e a adequação intelecto-fluídica às instrumentações
mediúnicas ― primeiramente só Chico Xavier e, em um segundo momento, a Chico
Xavier e Waldo
Vieira ―, que seriam necessárias para que o
texto atingisse um padrão de qualidade e didática imprescindíveis para os
objetivos que a missão associada à mediunidade de Chico Xavier fosse levada a
bom termo.
Seja como for, uma obra que tratasse do dia-a-dia do mundo
espiritual não poderia deixar de estar sujeita a várias polêmicas, mesmo dentro
do contexto do movimento espírita. Emmanuel, mentor de Chico Xavier e
supervisor de todas as obras obtidas pelo médium de Pedro Leopoldo, mesmo
aquelas que não eram de sua autoria, deveria estar, obviamente, ciente dessas
dificuldades, o que, inclusive, pode ser inferido a partir de alguns de seus
prefácios, tais como o prefácio de “Missionários da Luz”. Vejamos o início do
último parágrafo do respectivo prefácio de Emmanuel:
...Se a leitura te assombra, se as afirmativas do
Mensageiro te parecem revolucionárias, recorre à oração e agradece ao Senhor o
aprendizado, pedindo-lhe te esclareça e ilumine, para que a ilusão não te
retenha em suas malhas. Lembra-te de que a revelação da verdade é progressiva
e, rogando o socorro divino para o teu coração, atende aos sagrados deveres que
a Terra te designou para cada dia... (XAVIER,
2003, p. 10)
3 ARGUMENTOS CONTRÁRIOS À OBRA DE ANDRÉ
LUIZ
Quando André Luiz começa a escrever com Chico Xavier,
Emmanuel já tinha publicado várias obras de sua própria autoria, e já obtinha,
pelo menos dentro do movimento espírita, significativo respeito por boa parte
dos confrades encarnados. Vale registrar que as obras “A Caminho da Luz” e “Paulo
e Estevão” foram publicadas anteriormente aos livros escritos por André Luiz.
De fato, “A Caminho da Luz” foi publicado em 1939 e “Paulo e Estevão” foi
publicado em 1942. Por outro lado, os dois primeiros livros de André Luiz,
“Nosso Lar” e “Os Mensageiros” foram publicados em 1944, sendo seguidos por
“Missionários da Luz” em 1945 e “Obreiros da Vida Eterna” em 1946.
Provavelmente prevendo as dificuldades naturais de
aceitação e assimilação dos conteúdos que André Luiz trazia à lume, em função
da inerente complexidade da temática a respeito da vida espiritual, Emmanuel
fez questão de apresentar, chancelar e colocar seu “capital moral e
doutrinário” dentro do movimento espírita em prol das obras de André Luiz. De
fato, Emmanuel prefacia todas as trezes obras da série “A Vida no Mundo
Espiritual”, além de prefaciar outros livros do referido autor, tais como
“Conduta Espírita” e “Desobsessão”, introduzindo os temas, valorizando e
analisando as discussões e chancelando os conteúdos do parceiro. Vale registrar
que Emmanuel não prefacia todos os livros obtidos pela mediunidade de Chico
Xavier, o que destaca esse cuidado em relação à obra de André Luiz.
Os principais argumentos de contestação das informações
contidas na obra de André Luiz tratam da veracidade da realidade
significativamente material do mundo espiritual, com substancial semelhança em
relação à vida física na crosta terrestre, abrangendo “construções físicas”,
instituições hierarquicamente organizadas, ministérios constituídos com
especialidades que abrangem tarefas específicas (algumas delas relacionadas às
ciências estudadas na Terra). Além disso, outras informações, que são pontos de
divergência, dizem respeito às variações apresentadas pelo perispírito, tais
como deformações e mesmo destruições parciais do psicossoma, além de prováveis
níveis de densidade altamente variáveis de veículos de manifestação dos
Espíritos Imortais. É digno de nota a resistência ao conceito de centros de
força, exarado na obra “Evolução em Dois Mundos”, também ao conceito de “Corpo
Vital ou Duplo Etérico” e igualmente em relação ao conceito de “zooantropia”,
os quais aparecem na obra “Libertação”, conforme é possível verificar no
prefácio redigido por Francisco Thiesen, então presidente da FEB, na obra
“Diálogo com as Sombras” de Hermínio Corrêa de Miranda (MIRANDA, 2006). Vejamos
pequena transcrição do prefácio de Francisco Thiesen da referida obra:
Questão séria, para a qual gostaríamos de pedir atenção, é a da zoantropia, mais comumente citada como licantropia. O autor trata detalhadamente desse assunto, com proficiência. A propósito, recordamos o livro “Libertação”, de André Luiz: quando os originais foram-nos enviados, o Diretor incumbido da análise inicial dessas páginas mediúnicas considerou um tanto “exageradas” umas afirmativas e detalhes pertinentes a um caso de licantropia. Pediu confirmação ao Espírito e recebeu, como resposta, uma carta do médium F. C. Xavier, em que transmitia a solicitação do autor espiritual, no sentido de retirar dos originais aquelas palavras que lhe haviam suscitado dúvidas, com a explicação seguinte: “Se o nosso amigo não pôde admitir isso, é sinal que precisamos aguardar outra oportunidade, pois os leitores, com maior razão, também não admitirão.” As palavras da carta do médium eram aproximadamente essas, mas o sentido exatamente esse.
Mas o comentário particular de Chico Xavier, a pessoa que nos merece a maior credibilidade, foi este: “E na verdade, mesmo com a parte que André Luiz sugeriu fosse eliminada do texto, as coisas ainda ficavam bem longe da realidade, que é bem pior do que pensamos (Chico Xavier)”. Francisco Thiesen, 22/06/1979 (MIRANDA, 2006)
Estes pontos apresentados serão discutidos com argumentação
própria na próxima seção.
4 DISCUSSÃO SOBRE OS ARGUMENTOS CONTRÁRIOS
É importante registrar que a obra mediúnica de Francisco C.
Xavier apresenta, obviamente, em toda a sua totalidade, significativo valor em
termos de conteúdo. Entretanto, isso não significa, de maneira alguma, que
todos os livros têm o mesmo nível de profundidade e de riqueza de informações,
assim como não significa que todos os autores espirituais que escreveram por
Chico Xavier têm o mesmo nível de contribuição em nosso crescimento espiritual
e em nossa busca pela Verdade.
Considerando o critério do Controle da Concordância
Universal do Ensino dos Espíritos (CCUEE), os prefácios de Emmanuel na obra de
André Luiz são relevantes, pois denotam que, majoritariamente, Emmanuel
concorda com as ideias de André Luiz. Obviamente, ambos utilizavam a mesma
instrumentação mediúnica, mas são autores com características claramente
distintas, o que não impediu Emmanuel de respaldar as narrações e discussões de
André Luiz.
A obra “Voltei” de Irmão Jacob, pseudônimo de Frederico
Figner, ex-diretor da Federação Espírita Brasileira (FEB) (XAVIER, 2001),
relata eventos nos quais vários ex-diretores da FEB e espíritas de escol como
Cairbar Schutel aparecem. E a referida obra também corrobora várias informações
de André Luiz a respeito do mundo espiritual.
De qualquer maneira, muitos podem alegar que se tratam de
obras obtidas por apenas dois médiuns, ou seja, apenas por Chico Xavier e Waldo
Vieira, o que é verdade. Entretanto, as ideias básicas registradas por André
Luiz também aparecem na obra “Memórias de Um Suicida” de Yvonne do Amaral
Pereira (PEREIRA, 2013), o que é muito representativo, sobretudo se lembrarmos
que tal obra, em sua versão final, segundo a própria médium Yvonne revela, tem
apenas 30% de texto de autoria de Camilo Castelo Branco, que corresponderiam às
narrativas do livro, sendo que os 70% restantes (portanto, o conteúdo
majoritário da obra) são de autoria de Léon Denis (vide a sexta entrevista da
própria Yvonne Pereira no livro “Pelos Caminhos da Mediunidade Serena”
(PEREIRA, 2006)). Essa informação é importante, pois juntamente com Gabriel
Delanne, Léon Denis foi talvez o único trabalhador que tenha, de fato, merecido
o título de “Apóstolo do Espiritismo”. Ademais, é importante considerar que
Léon Denis desencarnado, muitos anos após sua morte física, deveria ter uma
compreensão das questões espirituais muito maior que aquela que ele detinha
quando encarnado, e que, obviamente, já não era pouca. O Espírito não regride
e, sem a obstrução da matéria, aumenta muito sua compreensão de certas
realidades mais difíceis de serem acessadas pelos encarnados, sobretudo no que
se refere ao mundo espiritual. A não ser que se considere que Yvonne do Amaral
Pereira não tenha sido uma boa médium para receber “Memórias de Um Suicida”,
mesmo com o apoio dos Espíritos Bezerra de Menezes e Charles, além, obviamente,
do auxílio dos autores do livro, é pouco provável que tal obra não tenha
substancial fidedignidade, considerando os Espíritos envolvidos nesse projeto.
Vale frisar que as ideias fundamentais exaradas por André
Luiz em sua série “A Vida no Mundo Espiritual” são igualmente apoiadas pelos
livros da série sobre obsessão de Manoel Philomeno de Miranda, obtidos pela
psicografia de Divaldo Pereira Franco.
Em relação às questões sobre a realidade significativamente
material do mundo espiritual e das informações a respeito das variações
apresentadas pelo perispírito, é preciso considerar que, apesar de Allan Kardec
não ter podido explorar muitas dessas nuances, em função do pouco tempo de vida
física que ele teve na elaboração da Codificação, em princípio, não se pode
afirmar taxativamente que tais informações estão em oposição às bases
kardequianas, mas apenas que desenvolvem aspectos iniciados pelo trabalho do
Mestre de Lyon.
É igualmente digno de nota que o livro “Evolução em Dois
Mundos”, primeiro da parceria mediúnica entre Chico Xavier e Waldo Vieira, foi
obtido de uma forma muito peculiar. Waldo Vieira recebia os capítulos ímpares
em Uberaba-MG e Chico Xavier recebia os capítulos pares em Pedro Leopoldo-MG. A
coerência e o encadeamento lógico entre os textos obtidos pelos dois diferentes
médiuns, em uma época de grande dificuldade de comunicação em relação aos dias
atuais, não deixa de ser um respaldo à mediunidade de ambos. E isso limita
muito a possibilidade da hipótese de significativa influência de fenômeno
anímico no recebimento da obra de André Luiz. Os referidos médiuns chegaram a
comentar que muitas vezes ficavam surpresos com o conteúdo que André Luiz
trazia em cada capítulo. Posteriormente, com ambos trabalhando juntos em
Uberaba, cada um recebeu uma parte do livro “Sexo e Destino”, o que,
igualmente, deve ser considerado em termos de análise de autenticidade do fenômeno
mediúnico.
Seria algo surpreendente defender que Chico Xavier, Waldo
Vieira, Yvonne do Amaral Pereira e Divaldo Pereira Franco trouxeram obras
equivocadas doutrinariamente, apesar de seus conceitos apoiarem-se
reciprocamente. A corroboração mútua entre as principais informações obtidas
por esses médiuns, além de concordâncias com obras como “A Crise da Morte” de
Ernesto Bozzano (BOZZANO, 2015) e “A Vida Além do Véu” do Reverendo Vale Owen
(OWEN, 1998) não deixa de ser indício da Universalidade do Ensino dos
Espíritos, que é o critério que Allan Kardec sugeriu que fosse utilizado para
avaliar a veracidade da informação, sobretudo em se tratando de dados sobre o
mundo espiritual, os quais são de difícil averiguação.
Do ponto de vista espiritual, também é possível considerar
uma corroboração entre André Luiz, Emmanuel, Irmão Jacob, Camilo Castelo
Branco, Léon Denis e Manoel Philomeno de Miranda.
Recentemente, o próprio Manoel Philomeno de Miranda, pela
mediunidade de Divaldo Franco, redigiu a “Apresentação” de um trabalho
publicado pela FEB que consiste em um estudo crítico da obra de André Luiz, na
qual o estudioso da obsessão afirma: “...Podemos
dividir os períodos que dizem respeito ao desdobramento das revelações
espíritas a respeito do mundo transcendente em antes e depois de André Luiz,
embora tenha havido contribuições valiosas de outros médiuns no exterior e no
Brasil...”. Seria difícil frisar
mais enfaticamente a relevância da obra de André Luiz do que a acima mencionada
análise de Manoel Philomeno de Miranda, pela mediunidade de Divaldo Franco. A
obra em questão é denominada “A Vida no Mundo Espiritual – Estudo da Obra de
André Luiz” (SOBRINHO, 2012).
Se todos esses médiuns e autores espirituais estiverem
equivocados na maioria das suas informações, restaria questionar os críticos
sobre quem seriam os médiuns e autores espirituais dignos de crédito. Alguns
poderão responder que apenas a obra de Allan Kardec é válida, o que nos levaria
a outras reflexões. O texto de Allan Kardec tem valor científico? Ou é um texto
sagrado? Por que se tiver valor científico, assim como ocorre com todas as
ciências, pode evoluir e não consiste em propriedade exclusiva de um único
autor, por mais admirável que seja o Codificador do Espiritismo.
Seria conveniente recorrer, então, ao próprio Codificador
para analisar alguns parâmetros. Primeiramente, Allan Kardec deixa claro que o
Espiritismo evoluiria e que seu trabalho não tinha dito a última palavra em
matéria de Espiritismo (KARDEC, 2010). Admitiu, inclusive, a hipótese da Codificação
ter algum equívoco, que, se ficasse efetivamente comprovado, deveria ser
corrigido pelos confrades, que deveria seguir o aprofundamento dos estudos em
coerência com os conhecimentos científicos. Ou seja, Kardec não dá à sua
própria obra o caráter de “texto sagrado”.
Se o Espiritismo evolui, por ser ciência, seria
surpreendente que o Espiritismo estivesse estagnado desde a morte de Allan
Kardec, isto é, há quase cento e cinquenta anos, o que seria o caso se todos os
autores respeitáveis que escreveram sobre Espiritismo não tenham logrado nem ao
menos desenvolver alguns conceitos doutrinários mínimos. Admitir tal
posicionamento seria negar o caráter científico do Espiritismo, pois seria algo
totalmente inédito, pois nenhuma outra ciência estaria estagnada em tão
significativo intervalo de tempo. Muito pelo contrário, muitas ciências tiveram
avanços quase que inimagináveis, da época de Allan Kardec aos dias atuais.
Além disso, vale lembrar que Kardec não foi médium
psicógrafo e que não foi médium da Codificação. Será que todos os respeitáveis
médiuns supracitados são inferiores aos médiuns utilizadas por Allan Kardec? Se
essa hipótese for considerada, surgirão vários problemas, pois os médiuns da
Codificação variaram muito durante a obtenção dos livros. Por exemplo, as
filhas do Senhor Baudin, Caroline e Julie, somente contribuíram com a obtenção
de “O Livro dos Espíritos”, afastando-se do movimento, quando Kardec trabalhou
nos outros livros. Será que todo e qualquer médium utilizado por Allan Kardec foi
superior aos médiuns Chico Xavier, Waldo Vieira, Yvonne Pereira e Divaldo
Franco?
Cabe mais uma reflexão: O Espiritismo foi totalmente
concluído em catorze anos incompletos de trabalho de Allan Kardec? Sem margem
para qualquer avanço? Novamente, tem-se uma hipótese contrária às próprias
ideias kardequianas e que, ademais, impede que se considere o Espiritismo uma
ciência, limitando seu conteúdo apenas ao aspecto religioso, ou, no máximo, a
um conjunto filosóficoreligioso.
Se nada poderia avançar no conteúdo doutrinário, por que
será que Allan Kardec esforçou-se com tanto esmero para estudar, orientar e
padronizar os cuidados que se deveria ter ao desenvolver reuniões mediúnicas?
Elas só serviriam para consolar Espíritos sofredores, sem possibilidade de
nenhum avanço em termos de informações novas? Esses Espíritos não poderiam,
mesmo sendo inferiores, fornecer informações e detalhes não enfatizados
previamente (vale lembrar que Allan Kardec aprendeu muito não só com mentores
espirituais, mas igualmente com Espíritos medianos e mesmo com Espíritos
sofredores)?
É evidente que estamos apenas começando a
compreender o mundo
espiritual, mas, se nenhuma obra tem valor
significativo, como se pode avançar? O que esta sendo feito de errado? Por que
será que Chico Xavier psicografou quase quinhentos livros e Divaldo Pereira
Franco quase trezentos? Só tem valor aqueles que não comentam sobre o mundo
espiritual?
Allan Kardec elaborou uma obra conceitual, com várias
ilustrações de casos de entidades em determinadas situações morais/espirituais
específicas, tais como os grupos de Espíritos em diferentes situações relatados
na segunda parte da obra “O Céu e o Inferno”. Todavia, Kardec não teve tempo
para destrinchar os detalhes das diversas nuances do contexto de vida
espiritual de cada entidade. Portanto, não seria lícito rejeitar André Luiz
pelo que Allan Kardec não escreveu. Se, eventualmente, André Luiz estiver em
oposição a Kardec em algum ponto, deve-se aprofundar o estudo e, se for o caso,
rejeitar a ideia do autor espiritual, o que não significa, necessariamente,
rejeitar toda a obra de André Luiz por Chico Xavier.
A título de ilustração, pode-se citar a famosa pesquisa
elaborada pela Editora Candeia de 1999 (CANDEIA, 2017). Na referida avaliação,
foram consultados proeminentes trabalhadores espíritas de todo o Brasil (Vejamos
quem participou da pesquisa: Adalgiza Campos Balieiro, Adelino da Silveira,
Alexandre Sech, Alysson Leandro Mascaro, Amílcar Del Chiaro Filho, Armando Fernandes de Oliveira, Ary Lex, Celso de Almeida Afonso, César Soares dos Reis, Cleyton B. Levy, Domério de
Oliveira, Durval Ciamponi, Éder Fávaro, Eliseu F. Mota Jr., Felipe Antônio G.
Macedo Salomão, Francisco Cajazeiras, Hércio M. C. Arantes, Humberto Carlos
Pazian, Ivan Renê Franzolim, Juvanir Borges de Souza, Lamartine Palhano Júnior,
Maria Gertrudes Coelho, Nancy Puhlmann Di Girolamo,
Nélson Moraes, Ney Lobo, Oneida Terra, Orson Peter Carrara, Ricardo Di
Bernardi, Ricardo Magalhães, Rita Foelker, Rogério Coelho, Saara Nousiainem,
Suely Caldas Schubert, Telmo J. Souto Maior, Waldo Lima do
Valle, Walter Oliveira Alves e Washington Luiz Nogueira Fernandes).
Nesta pesquisa, que elegeu os dez melhores livros espíritas
do século XX, constata-se que três livros da série “A Vida no Mundo Espiritual”
de André Luiz estão presentes: “Nosso Lar”; “Evolução em Dois Mundos”; e
“Missionários da Luz”. Ademais, a obra “Nosso Lar” obteve o primeiro lugar.
Também é digno de nota que três obras de Emmanuel, prefaciador e “patrocinador”
de André Luiz, estão entre as dez classificadas: “Paulo e Estevão”, que ficou
em segundo lugar (logo atrás, portanto, de “Nosso Lar”); “A Caminho da Luz”; e
“Há Dois Mil Anos”. Interessante notar que a única obra que não tem relação
direta com os autores espirituais e médiuns anteriormente citados é a obra “O
Espírito e o Tempo” de José Herculano Pires, eleita como a sétima obra espírita
do século XX. Seria admirável se todos esses confrades votantes, espíritas
militantes, estivessem tão equivocados. O quadro 1, a seguir, apresenta a
classificação dos dez primeiros livros.
Quadro 1: Resultado da pesquisa da editora Candeia
Posição Livro Autor / Médium
1º Nosso Lar André Luiz / Francisco C. Xavier
2º Paulo e Estevão Emmanuel / Francisco C. Xavier
3º Parnaso de Além-Túmulo Espíritos diversos / Francisco C. Xavier
4º O problema do ser, do destino e da dor Léon Denis
5º Memórias de um suicida Camilo Castelo Branco / Yvonne A Pereira
6º A caminho da luz Emmanuel / Francisco C. Xavier
7º O espírito e o tempo José Herculano Pires
8º Há 2000 anos Emmanuel / Francisco C. Xavier
9º Evolução em 2 mundos André Luiz / Francisco C. Xavier
10º Missionários da luz André Luiz / Francisco C. Xavier
Fonte: http://candeia.com/sub/livrosdoseculo
Seria o caso de analisar a opinião de Herculano Pires sobre
Emmanuel e André Luiz, uma vez que o professor Herculano Pires é o único autor
de obra entre as dez melhor classificados na pesquisa que não tem uma relação
direta com os médiuns e/ou autores espirituais que corroboram as ideias
espirituais de André Luiz. Entretanto, já foi demonstrado que, ao contrário do
que é pregado por alguns confrades, Herculano podia divergir em um ou outro
tópico sobre as obras de Emmanuel e André Luiz, mas não rejeitava ambas
majoritariamente (MOREIRA, 2016).
Ademais, não se pode olvidar que a problemática da revisão
editorial, muitas vezes menosprezada nas discussões concernentes à qualidade do
conteúdo de uma obra espírita, deveria ser considerada. As editoras podem,
eventualmente, fazer revisões que alterem para melhor ou para pior a qualidade
do texto, o que, em alguns casos, transcende à liberdade de ação do autor
espiritual e até do médium.
Alguns confrades alegam que André Luiz não era, enquanto
indivíduo encarnado, trabalhador espírita, o que é um fato que em nada
desmerece o conteúdo de sua obra. Se esse argumento fosse válido para
desmerecer algum trabalho ou trabalhador espírita, seria necessário analisar
quanto tempo de Espiritismo alguns confrades têm, e, se não tivessem um número
mínimo, somente por isso suas opiniões deveriam ser descartadas.
A supracitada alegação não faz sentido, pois se André Luiz
não era espírita militante enquanto encarnado, certamente tornou-se um
“Espírito Espírita”, que é uma expressão empregada por Divaldo P. Franco,
citando o Espírito de Bezerra de Menezes (vide “As Vidas de Joanna de Ângelis”
(FRANCO, 2014)), em seus estudos no mundo espiritual. E essa conversão fica
evidente em obras como “Conduta Espírita” e “Desobsessão”. Além dessas, pode-se
mencionar a obra “Opinião Espírita”, que André Luiz escreve em parceria com
Emmanuel, na qual fica enfatizado o compromisso de ambos com Allan Kardec.
Mas, e se André Luiz e Emmanuel realmente erraram em
relação a algum princípio kardequiano? Em primeiro lugar, é preciso considerar
que todos os Espíritos que nasceram e/ou vivem no mundo espiritual jungido à
Terra podem errar e eventualmente erram (com exceção de Jesus). Nem mesmo o
Codificador Allan Kardec estaria isento dessa possibilidade, em que pese o
caráter elevado da Codificação (o que não quer dizer “infalível”). Dar um
caráter de “infalibilidade” ao texto kardequiano é fugir dos próprios
princípios espíritas de fé raciocinada, e demonstrar incompreensão em relação
ao próprio texto do Mestre de Lyon.
Assim, André Luiz e Emmanuel podem ter cometidos erros, o
que é natural. Por outro lado, eles demonstram várias e reiteradas vezes, um
compromisso sincero e abnegado com o ideal espírita e com as bases
kardequianas. Se eventualmente erraram, não deixam de ser trabalhadores
respeitáveis do ideal espírita. Assim sendo, deve-se analisar caso a caso os
supostos equívocos de André Luiz, à luz do conhecimento espírita. A não ser que
se considere que a qualidade do trabalho desses dois autores (André Luiz e
Emmanuel) é muito fraco doutrinariamente; fraco ao ponto de nem merecerem o
benefício da dúvida e da leitura mais aprofundada. Nesse caso, em que pese
nosso respeito pessoal pelos respectivos autores, deveríamos evitar citar e
valorizar suas obras. Mas, não parece ser esse o caso. A nosso ver, não parece
haver subsídios para sustentar uma refutação consistente das contribuições de
André Luiz e Emmanuel, pelo menos no que se refere ao conteúdo majoritário de
suas respectivas obras.
6 CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Pode-se considerar, até certo ponto, legítimas algumas
críticas de confrades à tendência de não haver estudos de correlação entre as
obras espíritas. Textos considerados, a priori, de elevado conteúdo, necessitam
de corroboração mútua, em concordância com a busca pela “Universalidade de
Ensino dos Espíritos (UEE)”. Tal critério kardequiano de avaliação da
veracidade da informação que advém do mundo espiritual, principalmente quando
essa informação diz respeito ao próprio mundo espiritual, é fundamental para a
obtenção de noções fidedignas. De fato, para nós encarnados, é muito difícil
acessar, com precisão objetiva, a realidade espiritual. A avaliação da UEE é
fundamental para que não sejamos iludidos por quaisquer conceitos atraentes,
porém falsos.
A supracitada constatação, no entanto, não significa que
devamos rejeitar importantes contribuições de autores espirituais que ilustram
e até desenvolvem as bases kardequianas. O que devemos fazer é estudá-las de
forma mais efetiva, buscando uma seleção pelo conteúdo da mensagem; pelo
caráter moral do médium; e, por último, pela identificação do autor espiritual,
como nos ensina Allan Kardec. A partir dessa análise qualitativa prévia, a obra
deve ser colocada em uma espécie de “quarentena” para que, a médio e longo
prazos, possa ser confirmada quantitativamente. Ou seja, subsequentemente,
possa ser respaldada, se for corroborada por outras mensagens, de outros
médiuns, pertencentes a outros grupos mediúnicos, o que constitui uma análise
quantitativa.
Nesse contexto, não se pode desvalorizar as contribuições
de autores como Léon Denis, Gabriel Delanne, Yvonne do Amaral Pereira, André
Luiz e Emmanuel, entre outros, simplesmente porque não foi feito, em relação às
suas respectivas obras, um esforço de corroboração entre vários médiuns e
autores espirituais. No atual cenário, pode-se inferir que tal esforço deve ser
elaborado por espíritas militantes estudiosos e dedicados, que buscam o CCUEE
após a publicação das respectivas obras. Não é uma tarefa trivial, mas também
não é um trabalho inviável.
Buscar a corroboração das informações das obras espíritas é
fundamental, porém requer uma grande dedicação ao estudo, tanto das bases
kardequianas, nossa fundamental e principal referência, como das obras
pré-selecionadas pelo seu conteúdo. Tal processo tem por objetivo um
aprofundamento e, talvez, um desenvolvimento dos conceitos básicos da
Codificação.
Dentro dessa proposta, não se pode relegar a segundo plano
a obra de André Luiz, que pode não ser infalível, como ocorre com todas as
obras, mas apresenta várias nuances sobre o mundo espiritual que Allan Kardec
não teve tempo (em termos de vida física) de analisar e publicar. Estudemos,
portanto, a obra de André Luiz, em uma avaliação comparativa com as bases
kardequianas, e encontraremos um grande número de corroborações e um vasto
campo de aprofundamento do próprio conhecimento doutrinário.
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