Pular para o conteúdo principal

O Desenvolvimento do Espírito

Domingos Cocco



Convivendo Jesus na Terra, sentenciou: “Meu reino não é deste mundo”. Sua observação se deu pelo fato do homem não possuir as faculdades: intelectualidade e moralidade, equivalente ao seu estado social. É a partir dessas duas virtudes que o homem atinge todas as demais, rumo a sua superioridade. Com a necessidade do trabalho, impulsionador da inteligência tem o homem progredido intelectualmente. Porém, com o relacionamento social, alavanca do progresso moral, pouco tem avançado. Basta observar os desencontros de idéias em todas as classes sociais, a gerarem sofrimentos incontáveis que lhes tiram a tranqüilidade e impede a paz no Mundo. Observamos, todavia, uma desenfreada busca do homem pela sua felicidade segundo os bens materiais, perecíveis, passageiros muitos, em detrimento dos bens morais, comprometedores, ou a procura do que lhe venha do exterior, de um toque “mágico” que o faça feliz, desferido por algum superior, o que sabemos ser impossível, pois, muito embora conte com o amparo, com o incentivo Divino, necessário se faz o seu esforço, no sentido de uma conduta cooperativista, altruísta. Aliás, ponderou Jesus: “Pelas suas obras é que se reconhece o cristão”. 

Diz Léon Denis em seu livro “Depois da Morte”: (1) (...) “A alma é criada para a felicidade, mas, para poder apreciar essa felicidade, para conhecer-lhe o justo valor, deve conquistá-la por si própria e, para isso, precisa desenvolver as potências encerradas em seu íntimo”.(...)Partindo, pois, do exposto pergunto: Como alcançaria o homem a sua superioridade, o “Sedes perfeitos” anunciado por Jesus, considerando o seu tempo insuficiente, muitos reduzidíssimos, por mais que resistisse em vida na terra?Evidenciado fica, ser necessário contar o homem com mais espaço, com mais tempo para, na prática, desenvolver as suas virtudes intelecto-morais!.. É o que determina a Sábia e Misericordiosa Providência Divina estabelecendo, no dizer de Allan Kardec: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei”, ou seja, reencarnar quantas vezes forem necessárias, conforme informam os Espíritos Superiores em “O Livro dos Espíritos”: (2) “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição”. (...) “É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta”. Léon Denis, segundo a sua obra acima: “Suas encarnações sucedem-se na escala dos mundos até que ela tenha adquirido os três bens imorredouros, alvo de seus longos trabalhos: a Sabedoria, a Ciência e o 

Amor, cuja posse liberta-a, para sempre, dos renascimentos e da morte, franqueando-lhe o acesso à vida celeste. Pelo uso do seu livre-arbítrio, a alma fixa o próprio destino, prepara as suas alegrias ou dores” (...) 

É, pois, a vida material um necessário curso de aprimoramento, de exercício simples ou complexo em que no esforço e na luta se faz refletir a luz no homem, como o lapidar faz a pedra brilhante. 

“É a lei do progresso, (3) a que a Natureza está submetida, que se 

cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer que a Humanidade avance” 

Se Jesus desejasse poderia, evidentemente, nos visitar quando quisesse, pois, todo ser superior pode descer ao inferior, entretanto, se por aqui hoje passasse, por não O termos seguido, mesmo nos tendo deixado há dois mil anos os Seus exemplos de “justiça, amor e caridade”, ainda diria: “Meu reino não é deste mundo”!..

Notas¨

(1) - Cap. 40

(2) - L.E. – Perg. 132

(3)– E.S.E. Cap. 1, 9



Cachoeiro de Itapemirim, 29 de junho de 2008 – 
Estado do Esp. Santo
E-mai: domingoscocco1931@yahoo.com.br
Rua Raul Sampaio Cocco n° 30 – Bairro Sumaré
Telefone: (028) – 3522-4053 – CEP 29304.506
Cachoeiro de Itapemirim – Estado do Espírito Santo

Postagens mais visitadas deste blog

O livro “Maria de Nazaré” do autor espiritual Miramez pela mediunidade de João Nunes Maia: Uma análise crítica”

Leonardo Marmo Moreira O zelo doutrinário e o cuidado em não aceitar utopias antes delas serem confirmadas é o mínimo de critério que todo espírita consciente deve ter antes de admitir algo dentro do contexto do estudo espírita. Esse critério deve ser ainda mais rigoroso antes do espiritista sair divulgando ou citando, enquanto expositor ou articulista espirita, tais dados ou informações como corroborações a qualquer ideia ou informações, ainda mais quando digam respeito a realidades de difícil constatação, tais como detalhes da vida do mundo espiritual; eventos espirituais envolvendo Espíritos de elevadíssima condição, episódios espirituais de um passado distante, entre outros. Esse tipo de escrúpulo é o que faz com que o Espiritismo não seja apenas uma religião convencional, mas esteja sustentado em um tripé científico-filosófico-religioso, cujo material de conexão dos vértices desse triângulo é a fé raciocinada.  Temos observado confrades citarem a obra “Maria de Naz

A Tangibilidade é uma Manifestação do Corpo Mental

  José Sola Um dos atributos de Deus apresentado por Allan Kardec é de que a Fonte Originária da Vida, em sua essência, é imaterial. Somos ainda informados pelo mestre Lionês, de que o espirito é uma centelha divina emanada do Criador, o que nos leva a concluir que o espirito é imaterial, tanto quanto Deus. E no intento de corroborar o que estamos informando, vamos apresentar algumas questões de Kardec que nos permitirá analisar com maior clareza este conceito. 25 - O espirito é independente da matéria, ou não é mais do que uma propriedade desta, como as cores são propriedades da luz e o som uma propriedade do ar? R – São distintos, mas é necessária a união do espirito e da matéria para dar inteligência a esta. Nestas palavras do Espirito da Verdade fica explicitado que espirito e matéria são elementos independentes, mas que é o espirito o eu diretor da matéria, assim, é ele que propicia inteligência a mesma. 26 - Pode se conhecer o espírito sem a matéria e a matéria

“BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO”: UMA ANÁLISE CRÍTICA (PARTE III (CAPÍTULOS 15 ATÉ 23)

LEONARDO MARMO MOREIRA CONTINUAÇÃO DA PARTE II... Capítulo 15 – A Revolução Francesa                 Nesse capítulo, fora o jargão católico que permeia todo o livro, não há maiores pontos de destaque para a leitura de um Espírita militante. Todavia, acreditamos válido dois registros: p.111  “— Anjo   amigo – interpelou um dos operários da luz naquela augusta assembleia...”                                 “Anjo” é uma expressão católica que não tem nenhum valor à luz da Doutrina Espírita. Será que não poderia ser substituída? A Doutrina Espírita não veio ao mundo para proporcionar a cada um de nós a Verdade que liberta da ignorância? Ora, a ignorância espiritual inclui as visões mitológicas a respeito de Espíritos superiores, os quais são Espíritos humanos, trabalhando para o desenvolvimento progressivo de suas qualidades, o que consiste destino comum a todos nós. Cabe a pergunta: será que Allan Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne, André Luiz, Yvonne Pereira, H