As
recomendações de Allan Kardec sobre o Centro Espírita, inseridas no “O livro
dos Médiuns”: Das sociedades propriamente ditas, e “Obras Póstumas”: Estabelecimento
central, são para a atualidade. Casas pequenas e modestas, que facilite um bom desempenho.
Pequenas:
de fácil administração, menor número de freqüentadores facilitando na
doutrinação.
Diz
Allan Kardec: “O Livro dos Médiuns”, cap. XXIX, item 334. (...) “A dificuldade,
ainda grande, de reunir crescido número de elementos homogêneos deste ponto de
vista, nos leva a dizer que, no interesse dos estudos e por bem da causa mesma,
as reuniões espíritas devem tender antes à multiplicação de pequenos grupos, do
que à constituição de grandes aglomerações. Esses grupos, correspondendo-se
entre si, visitando-se, permutando observações, podem, desde já, formar o
núcleo da grande família espírita, que um dia consorciará todas as opiniões e
unirá os homens por um único sentimento: o da fraternidade, trazendo o cunho da
caridade cristã”.
E, complementa, item 335: ”Já vimos de
quanta importância é a uniformidade de sentimentos, para a obtenção de bons
resultados. Necessariamente, tanto mais difícil é obter-se essa uniformidade,
quanto maior for o número. Nos agregados pouco numerosos, todos se conhecem
melhor e há mais segurança quanto à eficácia dos elementos que para eles
entram. O silêncio e o recolhimento são mais fáceis e tudo se passa como em
família. As grandes assembleias excluem a intimidade, pela variedade dos
elementos de que se compõem; exigem sedes especiais, recursos pecuniários e um
aparelho administrativo desnecessário nos pequenos grupos. A divergência dos
caracteres, das ideias, das opiniões, aí se desenha melhor e oferece aos
Espíritos perturbadores mais facilidade para semearem a discórdia. Quanto mais numerosa é a reunião, tanto mais difícil
é conterem-se todos os presentes. Cada um quererá que os trabalhos sejam
dirigidos segundo o seu modo de entender;
que sejam tratados
preferentemente os assuntos que mais lhe interessam. Alguns
julgam que o titulo de sócio lhes dá o direito de impor suas maneiras de ver. Daí, impugnações, uma causa
de mal-estar que acarreta, cedo ou tarde, a desunião e,
depois, a dissolução, sorte de todas as Sociedades, quaisquer que sejam seus
objetivos. Os grupos pequenos jamais se encontram sujeitos às mesmas
flutuações. A queda de uma grande Associação seria um insucesso aparente para a
causa do Espiritismo, do qual seus inimigos não deixariam de prevalecer-se.
A dissolução de um grupo pequeno passa despercebido e, ao demais, se um
se dispersa, vinte outros se formam ao lado. Ora, vinte grupos, de quinze a
vinte pessoas, obterão mais e muito mais farão pela propaganda, do que uma assembleias de trezentos ou de quatrocentos indivíduos”.
Modesta:
sem pompas, pois a ostentação tiraria do Centro Espírita o seu caráter de hospital,
escola, e oficina.
É
o que recomenda o Codificador: “Obras Póstumas”, FEB, 20° edição, 2ª parte, Estabelecimento central: (...) “Sem lhe dar
um luxo desnecessário e, ao demais, sem cabimento, precisaria que nada aí denotasse
penúria, mas apresentasse um aspecto tal, que as pessoas de distinção pudessem
estar lá sem se considerarem muito diminuídas”
(...)Uma
Casa Espírita, pois, que pelo trabalho de seus adeptos, nunca chegasse a decadência física ou moral, que
comprometesse a sua administração e a Doutrina, nem a ostentação..
Destaquemos,
pois, quando da construção de uma Casa Espírita: haverá de ser modesta sem, entretanto, ser
inferior a ponto de trazer embaraços de qualquer natureza a seus frequentadores.
Ao contrário, deverá ser ampla, saudável, constituída de um bom material, pois será
usada por pessoas de diferentes modos de proceder.
Se
o Movimento Espírita, pelo que prega a Doutrina, ou seja, da lei de igualdade,
passasse a atender ao elitismo, estaria em futuro próximo fazendo do Centro
Espírita uma casa para reuniões puramente sociais, retirando dela o seu caráter
de escola das almas
Repitamos,
interpretando Kardec: Casas Espíritas pequenas que, entre outros benefícios,
facilite o estudo, estreite fraternidade. .Modesta que não traga
constrangimentos a seus adeptos, principalmente os menos
abastados, os sem “destino”.
Sugere-nos,
pois, a Doutrina que tudo deverá ser
feito no sentido de atender a todas e qualquer classe social pelo consolo que oferece, e principalmente
pelos esclarecimentos que a todos leva.
Cachoeiro
de Itapemirim, Estado do Espírito Santo
Domingos
Cocco
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