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MAU OLHADO, FEITIÇARIA...REALIDADE OU FANTASIA? O QUE FAZER?

Por Leonardo Paixão (*)


Ouvimos comumente em nossa frequência ao Grupo Espírita pessoas se queixando de que há energias negativas em sua volta, que há invejosos que as fazem sentir mal, que há pessoas que lhes odeiam, que sofrem de "mau-olhado", que se lhes fizeram "trabalhos de feitiçaria", (1) etc., e ficam a desejar que haja fórmulas mágicas, prontas para resolverem seu caso e precisam de orientação clara, precisa, de que a solução está nelas mesmas, de sua necessidade de estarem higienizadas mentalmente, do contrário haverão de se manterem conectadas às vibrações maléficas emanadas de outras mentes, sejam encarnadas ou desencarnadas, bem como as que extraem de si mesmas ao alimentarem, mágoas, rancores, raivas, ressentimentos, etc...
 
Vejamos o que nos aconselham pesquisadores do Espiritismo a este respeito:
 
De "O Livro do Médium Curador", de José Lhome, acessível gratuitamente emwww.autoresespiritasclassicos.com


ASSOMBRAMENTO PSÍQUICO
MÁ SORTE - ENVULTAMENTO



"Se a vontade pode, (...), dar certas qualidades aos fluidos exteriorizados, se o magnetizador pode dirigi-los para uma determinada pessoa (homem ou mulher), que possui dons psíquicos e um poder de concentração desenvolvida, não poderia lançar contra o seu próximo fluidos perniciosos?


Sim, a coisa é possível e acontece que pessoas desorientadas chegam a cometer esse crime de lesa-humanidade, todavia, as suas operações não se realizam sem perigo para elas mesmas.


Com efeito, elas se expõem a um choque de retorno muito violento se a pessoa visada lhes é moral ou psiquicamente superior.


Que o enfermo reflita, se acredita nos malefícios de uma pessoa mal-intencionada, causa inicial do mal que padece.


Que comece por não pensar nele. Julgar que a coisa provém daí já é dirigir o seu pensamento para ele. É, sem dúvida, avivar a lembrança dos alarmas, das dores, dos males suportados, é baixar-se ao nível das pessoas malévolas de que se quer evitar a presença a qualquer preço; é, de qualquer modo, abrir a porta a um adversário perverso.


Que o enfermo se abstenha de tal esforço. Nas horas difíceis, que ele se refugie no êxtase de um pensamento cheio de bondade, que ocupe o seu espírito em realizações excelentes, que faça um escudo de ações generosas, que ame sinceramente os que o acotovelam na estrada da vida e se afaste das pessoas de tendências materiais e apaixonadas.


Pela força de vontade, pelo descarrego mediúnico e pela sua elevação espiritual, três coisas indispensáveis, ele terá adquirido uma proteção eficaz, e os dardos que lhe forem dirigidos ricochetearão e voltarão, automaticamente, para a fonte que os enviou. E é uma justiça".

Esse texto complementa e desenvolve a questão 555 de "O Livro dos Espíritos": 

"Que sentido se deve dar ao qualificativo de feiticeiro?"
"Aqueles a quem chamais feiticeiros são pessoas que, quando de boa-fé, gozam de certas faculdades, como sejam a força magnética ou a dupla vista. Então, como fazem coisas geralmente incompreensíveis, são tidas por dotadas de um poder sobrenatural. Os vossos sábios não tem passado muitas vezes por feiticeiros aos olhos dos ignorantes?"
 
Como se vê, pessoas dotadas de força magnética (2) ou dupla vista (3), conseguindo deste modo perceber fraquezas de outros, podem usar do magnetismo inferior para atormentar a alguém de quem não goste ou que sinta o estar incomodando, a questão é que se a pessoa visada tem uma elevação espiritual ou uma força magnética ou uma dupla vista superior a quem lhe envia fluidos negativos, ela os receberá de volta com mais intensidade.
 
Adverte o Espírito André Luiz no livro "Missionários da Luz", cap.19:
 
"Assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual pode absorver elementos de degradação que lhe corroem os centros de força, com reflexos sobre as células materiais. Se a mente da criatura encarnada ainda não atingiu a disciplina das emoções, se alimenta paixões que a desarmonizam com a realidade, pode, a qualquer momento, intoxicar-se com as emissões mentais daqueles com quem convive e que se encontram no mesmo estado de desequilíbrio. Às vezes, semelhantes absorções constituem simples fenômenos sem maior importância; todavia, em muitos casos, são suscetíveis de ocasionar perigosos desastres orgânicos. Isto acontece, mormente, quando os interessados não têm vida de oração, cuja influência benéfica pode anular inúmeros males".
 
Notas:
(1) Sobre esse assunto ver o capítulo 27 - Mediunidade Transviada no livro "Nos domínios da Mediunidade", do Espírito André Luiz, psicografia de Chico Xavier e também o capítulo 17 - A mediunidade a serviço do malfeito no livro "Bastidores da Mediunidade", do Espírito Nora, psicografia de Emanuel Cristiano.
 
(2) Força magnética = Magnetismo. Magnetismo é a ação recíproca que os corpos exercem uns sobre os outros.
Magnetizar é dirigir o fluido vital, por um esforço de vontade, sobre um objeto ou uma pessoa. Conforme "O Livro do Médium Curador", de José Lhome.
 
(3) Dupla Vista - É a vista da alma, faz parte do processo de emancipação da alma. Esclarece Allan Kardec em "O Livro dos Espíritos", no item 455 - Resumo teórico do Sonambulismo, do Êxtase e da Dupla Vista:
 
"A emancipação da alma se verifica às vezes no estado de vigília e produz o fenômeno de segunda vistaou dupla vista, que é a faculdade graças à qual quem a possui vê, ouve e sente além dos limites dos sentidos humanos. Percebe o que exista até onde estende a alma a sua ação. Vê, por assim dizer, através da vista ordinária e como por uma espécie de miragem.
 
No momento em que o fenômeno da segunda vista se produz, o estado físico do indivíduo se acha sensivelmente modificado. O olhar apresenta alguma coisa de vago. Ele olha sem ver. Toda a sua fisionomia reflete uma como exaltação. Nota-se que os órgãos visuais se conservam alheios ao fenômeno, pelo fato de a visão persistir, malgrado à oclusão dos olhos.
 
Aos dotados desta faculdade ela se afigura tão natural, como a que temos de ver. Consideram-na um atributo de seus próprios seres, que em nada lhes parecem excepcionais. De ordinário, o esquecimento se segue a essa lucidez passageira, cuja lembrança, tornando-se cada vez mais vaga, acaba por desaparecer, como a de um sonho.
 

O poder da vista dupla varia, indo desde a sensação confusa até a percepção clara e nítida das coisas presentes ou ausentes. Quando rudimentar, confere a certas pessoas o tato, a perspicácia, uma certa segurança nos atos, a que se pode dar o qualificativo de precisão de golpe de vista moral. Um pouco desenvolvida, desperta os pressentimentos. Mais desenvolvida mostra os acontecimentos que deram ou estão para dar-se".

(*) Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando com um grupo de amigos de Ideal no Grupo Espírita Semeadores da Paz.

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