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O Verdadeiro Justo


Domingo Cocco

Em “O Livro dos Espíritos”, pergunta n° 879, Allan Kardec aborda aos Espíritos: Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza? 

Eles lhe responderam: “O do verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porquanto praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça”. 

A reverência a Jesus como “o verdadeiro justo”, pelo fato de ter passado o que passou, e assim trazer-nos o “Maior” exemplo de amor que a terra conhece, é muito mais profundo do que possamos imaginar. Só quem conquistou uma superior qualidade moral-espiritual, suportaria. 

Quem bem retrata os testes, os sofrimentos físicos, as humilhações, por que passou Jesus é Emmanuel no livro “Antologia Mediúnica do Natal”,  3ª edição, cap. 7: “O maior de todos os conquistadores, na face da Terra, conhecia, de antemão, as dificuldades do campo em que lhe cabia operar.

Estava certo de que entre as criaturas humanas não encontraria lugar para nascer, à vista do egoísmo que lhes trancava os corações; no entanto, buscou-as, espontâneo, asilando-se no casebre dos animais. 

Sabia que os doutores da Lei ouvi-lo-iam indiferentes, com respeito aos ensinamentos da vida eterna de que se fazia portador; contudo, entregou-lhes, confiante, a Divina Palavra.

Não desconhecia que contava simplesmente com homens frágeis e iletrados para a divulgação dos princípios redentores que lhe vibravam na plataforma sublime, e abraçou-os, tais quais eram.

Reconhecia que as tribunas da glória cultural de seu tempo se lhe mantinham cerradas, mas transmitiu as boas novas do Reino da Luz à multidão dos necessitados, inscrevendo-as na alma do povo.

Não ignorava que o mal lhe agrediria as mãos generosas pelo bem que espalhava; entretanto, não deixou de suportar a ingratidão e a crueldade, com brandura e entendimento.

Permanecia convicto de que as noções de verdade e amor que veiculava  levantariam  contra   ele  as  matilhas   da   perseguição  e  do ódio; todavia, não desertou do apostolado, aceitando, sem queixa, o suplício da cruz com que lhe sufocavam a voz”. (...)

          Torna-se interessante salientar que tamanha superioridade moral- espiritual, não Lhe foi concedida por uma “concessão especial” de Deus, porém, alcançada por Seus esforços, por Seus sacrifícios lagrimosos, pelas encarnações afora, mesmo porque, Deus em sua justiça, não Lhe daria algo mais, que as demais criaturas!. Daí ser Jesus o “Modelo Justo”, a maior autoridade que conhecemos. 

Contudo, esse grandioso Espírito não veio para nos “salvar”, no sentido de nos arrastar como a força da correnteza de um rio.  Não, Ele veio para nos mostrar com o sacrifício da própria vida, como é possível todos os filhos de Deus, alcançarem pelo esforço, o “Sede perfeitos”, por Ele anunciado.  Um professor não realiza a prova pelo aluno, mostra-lhe como alcançar a sua aprovação. Ele deixou isto claro quando nos recomendou: Mateus XXII, 39 - “O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, anunciando, portanto, que seria necessário desenvolver em nós  a capacidade  de fazer o bem, e Tiago II, 17 - “Assim também a fé, se não tiver obras, por si só está morta”, demonstrando-nos que não basta crer, porém,  “colaborar com a parte que nos toca, na obra da criação” . 
É de Santo Agostinho;  “Deus  te  criou  sem  ti,  mas não te salvará sem ti” .

Jesus, o vanguardeiro “Maior”, veio propagar a mensagem que nos induz a servir sempre, ter a consciência pura segundo o dever cumprido, rumo à felicidade meritória. 

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