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O Jugo de Jesus




É natural: todo inferior sofre. Sofrer é inerente à imperfeição, como acontece no reino animal, com os humanos que mesmo detendo inteligência encontram-se muito distantes da perfeição, estado feliz. Porém, por sofrer, reflete, disciplina-se, reforma-se, busca a Deus.
Contudo, Jesus lhe assegura o “jugo leve”, o lenitivo na provação: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”, (1) muito embora a providência Divina nunca houvesse deixado a humanidade sem assistência, sem amparo.
Entretanto, o anunciado “jugo leve” é concernente à Lei Natural, Lei de Deus, inteligência suprema!..
Assim considerando, se o mundo anuncia a existência de um perpétuo ser diabólico, todo poderoso, totalmente livre para influenciar os humanos ao mal, o “jugo leve”, a lei Natural, o assegura: “a cada um segundo as suas obras”. (2)
Diante do conceito Cristão pode o homem, espírito, optar por uma conduta, por um proceder elevado, digno, ou desenvolver um estado inferior, diabólico temporário, no uso do seu livre-arbítrio.
Em verdade, o “jugo” de Jesus não apontaria Deus, justiça e bondade, criador, ou permitiria criar-se um ser eternamente mal e impune, com a missão de dificultar o caminhar do homem rumo a sua perfeição, a não ser ele próprio, segundo a prática do seu desamor, do mal praticado a si, ao próximo, a vida, em qualquer de suas existências. O personificado demônio endente-se por um “símbolo”, somente.
Se o mundo promete um inferno, o sofrimento eterno depois da morte, para aquele que praticasse o mal na Terra, o “jugo leve” o concede plena possibilidade de resgate, de regeneração, proporcionando-lhe quantas vezes sejam necessárias, vivências físicas, rumo a seu objetivo, a perfeição, qual acontece ao aluno repetente de volta ao banco escolar quantas vezes sejam, até atingir a sua formatura. Jesus: “Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo”, (3) confirmando que seria nascer no corpo ao ratificar: “Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entra no reino de Deus”. (4)
A propósito, consulta Allan Kardec os Mentores Espirituais: A alma passa então por muitas existências corporais? “Sim, todos
contamos muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse o desejo deles”. Insiste, entretanto, o codificador: Parece resultar desse princípio que a alma, depois de haver deixado um corpo, toma outro, ou então, que reencarna em novo corpo. É assim que se deve entender? “Evidentemente”. (5) Afinal disse Jesus: “Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes”. (6) Quanto ao inferno citado nos Evangelhos, trata-se de uma metáfora.
É racional, é lei Natural, é “jugo leve”: ter o homem livre iniciativa para cumprir o mandamento de Jesus: “sede perfeito como perfeito é o vosso Pai Celeste”, (7) tendo unicamente como o seu adversário a sua própria consciência. É racional, é lei Natural, é “jugo leve”: Deus em sua justiça, não impor a nenhum de seus filhos um irrevogável e eterno inferno: o Cristo não se contradiria, se afirmou: “nenhuma de minhas ovelhas se perderá”. (8)
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo”. (...) (9)

Domingos Cocco
(1) Mateus, cap. 11: v 28
(2) - Apocalipse, cap. 22: v 12
(3) - João, cap. III, 1 a 12
(4) - João cap. 3: v 5
(5) - L E – perg. 166 – b, c
(6) - Mateus, 18: v 22
(7) - Mateus, cap. V, v - 44,46,48
(8) - João, cap. 6: 39
(9) – João, cap. 14: 27
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