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Parábola do Mau Rico e Lázaro (Lucas, 16:19-31)


Arnaldo Rocha



Havia um homem rico
E que Lázaro só teve males,
Que se vestia suntuosamente
Estando agora na consolação;
E, todo e a qualquer dia,
E como tudo possuístes,
Se regalava intensamente.
Resta-vos, por fim, a consumição.


Estendido à sua porta,
Ademais, entre nós e vós
Um pobre jazia ulcerado,
Sempre um abismo existirá
Vestido miseravelmente
Tão grande, que de sorte
E de Lázaro era chamado.
Ninguém poderá atravessar.


Este queria se saciar,
E os que queiram passar
Porque com fome estava,
Daqui para aí  não o poderão,
Com as migalhas da mesa do rico;
Como também o contrário,
Mas ninguém lhas dava.
Daí para aqui, não o conseguirão...


Seu sofrimento era atroz;
No entanto, o rico lhe disse:
À morte estava condenado,
- Eu vos imploro, Pai Abraão,
E até os próprios cães
Enviai Lázaro a casa de meu pai...
Lambiam as feridas do coitado.
E continuou sua suplicação:


O rico, um dia, morreu
- Onde tenho cinco irmãos;
Tendo destino inclemente
A fim de que esta realidade
E foi levado ao inferno
Seja-lhes por ele atestada...
Por ter sido indiferente.
E prosseguiu com sinceridade:


Estando em tormentos,
- De modo que, também,
Olhou para o alto, de permeio,
Não venham para este ambiente
E viu, ao longe, Abraão
Tão repleto de tormentos...
E Lázaro no seu seio.
E calou-se, tristemente.


E gritando rumo aos céus,
Mas Abraão lhe retrucou
Ele clamou, dizendo assim:
Chamando-lhe a atenção:
- Oh! Meu Pai Abraão,
- Se tinham aos profetas e a Moisés,
Tende piedade de mim
Que os escutassem, então...


E enviai-me, então, Lázaro,
- Não, meu amado Pai...
Porque estou à míngua,
Disse o rico a Abraão:
A fim de que molhe o seu dedo
- Se tiverem contato como os mortos,
Para refrescar minha língua;
Penitência eles farão.


Pois que muito sofro
Abraão lhe respondeu
Estes extremados tormentos,
Rematando esta questão:
Por esta chama que me consome
- Se não ouvem a Moisés e aos profetas,
Nestes terríveis momentos.
Em ninguém mais eles crerão;


Mas Abraão lhe respondeu:
Ainda que algum dos mortos
- Lembrai-vos do acontecido,
- Acentuou Pai Abraão –
Que em toda vossa vida
Venha a ressuscitar,
Muitos bens houvestes tido,
Eles, também, não acreditarão.

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