Por
Jane Maiolo (*)
“E
perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua
estrela no Oriente e viemos para adorá-lo. Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei
Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém; então, convocando todos os principais
sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer.”[¹]
Durante
dois mil anos a comunidade cristã comenta o nascimento de Jesus, o Cristo.
Encarado por uns como episódio místico, por outros como fato alegórico, por
muitos como lenda, por quase todos como o maior acontecimento de toda a
história da Terra. Muitos estudiosos dedicam parte das suas existências
tentando encontrar provas científicas que atestem uma possível fraude histórica
a respeito do nascimento do Cristo.
Mais,
a Humanidade prossegue altiva, mergulhada nas pesquisas científicas,
históricas, geográficas, arqueológicas sem se dar conta da grandiosa
transformação real e marcante que a presença física e espiritual d’Ele causou e
ainda causa entre nós. Onde haveria de nascer o Cristo? Quer saber Herodes. A
dúvida, nimbada de medo, era talvez sustentada pela insegurança e neurose de um
soberano que temia a perda do trono para um legítimo descendente real.
A
palavra Jesus provém do termo “Yeshua"( forma alternativa de Yehoshua)
significando “salvar” e é considerada , ainda,
uma forma reduzida (pós-exílio babilônico) do nome de Josué que
significa “Deus' (YHWH) salva”, lembrando aqui que há o termo grego Iesous
correspondente ao Yeshua hebraico. Já o termo grego “Cristo” é correspondente a
“ungido” em hebraico, assim sendo, aplicada a Jesus ganha o sentido de o
Esperado ou o Enviado de Deus.
Onde
haveria de nascer o Cristo? Quer saber Herodes.Onde esperar a Salvação ?
O
nascimento de Jesus estabelecera uma nova era, constituíra novas perspectivas,
magnas esperanças, intensas alegrias. Com Ele esperançosos recomeços,
auspiciosas possibilidades, sublimes amanheceres.
Mais
onde haveria de nascer o Cristo?
“…Porque
não havia lugar para Eles na hospedaria.”[²]
Nossos
hotéis, hospedagens, estalagens, hospedarias e pensões estão lotados. Não há
lugar para Ele nascer! Mergulhados nos problemas do ser, do destino e da dor
esquecemos de vislumbrar a possibilidade do nascimento do Cristo em nós.
Para
ser a nossa Salvação Ele tem que ser vivido por nós. Temos que hospedá-Lo no
coração. Não importa qual a pousada, se uma choupana, se um palácio, ou se numa
simples manjedoura.O que vale é abrigá-lo. Imperioso refletir que esses locais
são estados vibratórios da alma e não espaços físicos.
A
Doutrina Espírita no seu tríplice aspecto: Ciência, Filosofia e Religião nos
ensina a compreender o verdadeiro sentido do nascimento de Jesus, pois com a
Ciência Espírita dilatamos nossos sentidos, com a Filosofia Espírita aprendemos
a dialogar e a aprofundar nosso raciocínio e com a religiosidade oferecida pelo
seu conteúdo moral verticalizamos nossos sentimentos e compreendemos a
preciosidade da fé raciocinada, meditada, sentida e vivida.
Onde
haveria de nascer o Cristo? Quer saber Herodes.
Negamos
o nascimento do Cristo quando somos indiferentes à dor do próximo, quando
paralisamos nossas ações no bem, quando mutilamos nossos gestos de fraternidade
ou quando amputamos nossas realizações solidárias. Negar o nascimento do Cristo
é negar o nosso retorno à casa do Pai.
“E Movido pelo Espírito, foi ao templo; e,
quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei
ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor,
podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos
já viram a tua salvação”.[³]
Possamos
todos nós passar pela vida e dizer tal qual o velho Simeão em Jerusalém que não
passaria pela morte antes de ver o excelso Senhor.
Referências
bibliográficas:
(1) (Mateus 2:1-4)
(2) (Lucas 2:7).
(3) Lucas 2:27-30)