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Lenha na Retórica


Lenha na Retórica
Luiz Carlos Formiga


Sabemos de cor a lição, só nos resta aprender (*)

Allan Kardec perguntou aos Espíritos Superiores: qual a causa do mal imperar no mundo?  “Porque os bons são tímidos”, foi a resposta.
Hoje, preocupam as frases de Ernesto F. Araújo, futuro Chanceler do Brasil. Ele, em janeiro, assumirá o cargo de ministro das Relações Exteriores.
Vejam algumas de suas afirmações. (1)
A mudança climática é “ideologia” inventada por “marxistas culturais” para sufocar as economias ocidentais. ”O clima é basicamente uma tática globalista de incutir medo por mais poder”.
Hoje se tenta “criminalizar” a “família”, as “relações heterossexuais”.
Araújo disse também que a ideologia partidária materialista “promove o totalitarismo ao criminalizar tudo que é bom, espontâneo, natural e puro; criminaliza a família por acusações de violência patriarcal; a propriedade privada; o sexo e a reprodução, dizendo que todo sexo heterossexual é estupro”.
O socialismo está "criminalizando a fé em Deus"; a Biologia, proibindo a declaração de que uma pessoa nasce homem ou mulher; criminalizando a competição (diz que o esporte é uma coisa fascista), a carne vermelha e o ar condicionado.
Retórica incendiária?
Certamente colocaria combustível na fogueira se defendesse a a reencarnação, dos espíritos dos mortos, (2) dizendo que “fora da reencarnação a guerra vai continuar”. (3)
Comentamos anteriormente as estratégias usadas pela ideologia materialista na doutrinação feita nas Instituições de Ensino, médio e superior, bem como os cérebros de espíritas abduzidos. (4, 5)
O que essas pessoas estão desejando obter por intermédio da ideologia de gênero e do estímulo a sexualidade precoce? Por que fazem a defesa e a promoção do crime organizado, como estilo de vida elegante?  Por que promovem o aborto? (6)
O que dizer dos escândalos de corrupção que agrediram o Brasil e da violência endêmica que afetou o país, com 60.000 assassinatos por ano?
O futuro ministro diz que “seu objetivo é ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista", que considera anti-cristã ".
Araújo enfatiza o embate entre direita e esquerda. No entanto, essa divisão de mundo caducou e hoje se pode pensar que o duelo se trava entre o senso comum e as descobertas científicas, entre populismo e a república. (7)
Estamos vivendo dias esquisitos, onde estamos convivendo com o “fogo amigo”. Digo isso porque espíritas equivocados são capazes de afirmar que “O Livro dos Espíritos” apresenta respostas ultrapassadas. Um exemplo é aquela em que se está falando, linguagem microbiológica, de esporos como os do gênero Clostridium. Estes são capazes de passar da fase latente para uma forma vegetativa, colocados sob novas condições. Os Espíritos deixam claro o despertar do “germem primitivo” que latente já existia. Quando os Espíritos Superiores dizem “sim” em relação a geração espontânea, indicam também que não era bem como Allan Kardec estava pensando.
“O Livro dos Espíritos” é atemporal, insuperável, pelo fato de ser uma revelação, não histórica, mas natural. Estes conceitos podem dar origem à confusão, quando se estuda a filosofia. Outro ponto que também pode originar problemas é que mesmo uma revelação natural pode estar incompleta, por consideração à capacidade reduzida do ser humano na época.  Um respeito aos limites dos domínios das inteligências cognitiva, emocional e espiritual. Uma revelação natural pode também possuir linguagem simbólica, podendo assim ser interpretada, mas não contestada, pois tem carácter de perenidade. Pelo exposto, temos certeza de que não haverá uma nova revelação negando a realidade da reencarnação. Uma revelação não pode ser desmentida.
Newton G. de Barros na revista Reformador, em agosto de 1975, diz que “a filosofia reencarnacionista pode explicar, à claridade axiomática do bom senso, que tem visão da verdade, cientificamente, antes da própria comprovação científica.”
Em 1999, discutimos no NEU-UERJ evidências científicas sugestivas da reencarnação. (8) O homo sapiens é o único ser da Criação divina a elaborar a maiêutica subjetiva pela parturição da Verdade. O senso comum não indaga a razão, o motivo. Quando desejamos conhecer as causas, penetramos o campo das ciências. A curiosidade não nos deixa permanecer nas causas próximas. Aprofundamo-nos e invadimos a área da filosofia.
A revelação natural é causa, é fundamento. Divina na origem, a revelação espírita é iniciativa dos espíritos. Por outro lado, a doutrina espírita é produto da razão humana, é efeito, e por isso não está isenta de falhas.
Kardec, A Gênese, cap. I. (**) diz que O Espiritismo é uma verdadeira revelação, na acepção científica da palavra, porque se trata de uma revelação comprovada pelos fatos. Nos dias de hoje, um fato comprovado é que um espírito de médico desencarnado pode se materializar e realizar todos os procedimentos de uma cirurgia cardíaca, na presença de humanos, também médicos. (9)
Vamos colocar lenha na fogueira da “mulher sapiens” aliciada por Fidel? (10)
Se a alma é imortal, por que não pode voltar? Será que pode ou deve possuir méritos para poder reencarnar num planeta em regeneração?
Gerson Simões Monteiro, no jornal Extra, afirma que a Lei da Reencarnação está mais do que provada. (11) Anteriormente, um “Supremo Tribunal Federal”, vergonhoso na época, segundo Concílio de Constantinopla, reunido em 553 d.C. declarou herético o conceito de reencarnação. O Ministério da Reencarnação, citado no livro Nosso Lar (***) nem tomou conhecimento.
   

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3. Newton G. de Barros. Reformador. FEB. 1980, outubro, pág. 20 (304).


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