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Vinte e Um (21) Questionamentos sobre Roustaing e/ou Ubaldi

Leonardo Marmo Moreira

1) Qual Espírito evoluído, em obra mediúnica de elevada qualidade (chancelada por aprovação através dos parâmetros kardequianos de avaliação do conteúdo da mensagem de origem espiritual), relata que estava reencarnando ou já tinha reencarnado como “criptógamo carnudo” (ou algo que o valha, tal como uma minhoca ou uma lesma etc.), como Roustaing afirma, ou que teria voltado a ser um átomo, como Ubaldi sugere?!
2) Qual Espírito evoluído, em obra mediúnica de elevada qualidade (chancelada por aprovação nos parâmetros kardequianos de avaliação do conteúdo da mensagem de origem espiritual), afirma, contundentemente, não ter encarnado nenhuma vez, tendo feito todo o seu processo de evolução no plano espiritual (conforme a obra de Roustaing frisa categoricamente)?
3) Por que Emmanuel e Chico Xavier escreveram cinco (5) livros em parceria com Herculano Pires, um dos mais notáveis, aguerridos e reconhecidos adversários da mistificação roustainguista?! E, que, ademais, criticou duramente as propostas feitas por Ubaldi, sugerindo que o movimento espírita aderisse aos livros ubaldistas?!
4) Por que Emmanuel e Chico Xavier não escreveram com vários roustainguistas famosos como Luciano dos Anjos, entre diversos outros, ao invés de escrever com um denunciador dos delírios roustainguistas, como é o caso de Herculano Pires? Por que Emmanuel e Chico Xavier não escreveram, inclusive, com Pietro Ubaldi?
5) Por que Emmanuel considerou Herculano Pires “a maior inteligência espírita contemporânea”, se Herculano não só não aceitava como combatia contínua e contundentemente a obra de Roustaing, que seria, segundo o advogado de Bordeaux, a “Revelação da Revelação”?
6) Por que o livro “Evolução em Dois Mundos”, de autoria espiritual de André Luiz através das mediunidades de Chico Xavier e Waldo Vieira, e que foi prefaciado por Emmanuel (considerado pela famosa pesquisa da Editora Candeia, em 1999, o nono melhor livro espírita do século XX) nada fala sobre “evolução exclusivamente no mundo espiritual (daí, a razão do título “Evolução em Dois Mundos”) e nem de “metempsicose na forma de “criptógamo carnudo” (assim como Roustaing propõe!) ou de um retorno para o átomo (como Pietro Ubaldi escreve!)?!
7) Por que Bezerra de Menezes-Espírito (portanto, depois de desencarnado!) jamais divulgou a obra de Roustaing, e nem a de Ubaldi, seja por Chico Xavier, seja por Divaldo Franco e até mesmo por Yvonne Pereira?
8) Por que Chico Xavier afirma categoricamente que, no encontro com Pietro Ubaldi, o qual os ubaldistas adoram lembrar, o mentor espiritual falava várias e reiteradas vezes para Ubaldi voltar para a Itália e ficar na Itália e não vir definitivamente para o Brasil?! Ubaldi desobedeceu o mentor espiritual ou não tinha mediunidade para receber e/ou entender a mensagem espiritual? E se Ubaldi não tinha mediunidade ou condições de entender, por que não pediu conselhos e informações a Chico Xavier?! Não tinha humildade suficiente para isso?!
9) Como é que roustainguistas conseguem ser ubaldistas e vice-versa, se Jesus para Roustaing era uma figura praticamente mitológica, uma espécie de “semideus fluídico”, filho de Deus e de uma virgem (vide a obra do roustainguista Guillon Ribeiro assim como o conceito divulgado por vários roustainguistas de “Jesus, nem Deus, nem homem”) e para Ubaldi ele era um Espírito decaído, em corpo de carne, em processo expiatório no “Anti-Sistema”, tentando reabilitação para voltar ao “Sistema” (espécie de “Reino dos Céus Ubaldista", do qual Jesus tinha sido banido e só no último suspiro de vida física na cruz, tinha readquirido o direito para retornar ao “Sistema”), conforme assevera o italiano em sua obra “O Cristo”?
10) Se a “Falange do Espírito de Verdade” e o próprio Allan Kardec no capítulo “Moral Estranha”, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, entre diversas outras passagens da Codificação, enfatizam que há textos que não foram traduzidos adequadamente e outros claramente deturpados ou até adulterados na Bíblia, porque os Espíritos de Roustaing assim como os roustainguistas em geral, pretendem explicar todos ou praticamente todos os versículos?
11) Por que João Evangelista ensinaria conceitos completamente discordantes para a obra de Kardec e para a obra de Roustaing? Ou um dos Espíritos tidos como “João Evangelista”, para Kardec, e para Roustaing, não era, de fato, o mesmo Espírito, isto é, o famoso filho de Zebedeu e Salomé? Nesse caso, qual seria o verdadeiro: o Espírito que assina o “Prolegômenos” de “O Livro dos Espíritos” de Kardec, ou aquele de “Os Quatro Evangelhos” de Roustaing?
12) Se o Espiritismo veio à Terra, entre outros motivos, para esclarecer muitos erros doutrinários que o Cristianismo, e, em especial, o catolicismo, havia “assimilado”, por que Roustaing e Ubaldi recomendam a prática da eucaristia, que é um desses erros, para espíritas e para todos os demais cristãos?!
13) Roustaing, antes, durante e depois de publicar sua obra, jamais participou efetivamente do movimento espírita. Por acaso, Roustaing achou que a só a mera publicação de seu livro, vendido como “Revelação da Revelação”, era suficiente? A atitude comodista e preguiçosa dele ou a atitude de trabalho incessante de Kardec é aquela que denota assistência dos bons Espíritos e verdadeiro comprometimento missionário?
14) Ubaldi, antes, durante e depois (nos poucos meses que restavam de vida física) de escrever/publicar sua vasta obra, jamais buscou integrar-se no movimento espírita (nem mesmo assumiu-se como espírita!), mesmo depois de oferecê-la como uma espécie de “tábua de salvação” ao Espiritismo! Afinal, Ubaldi só queria vender livros ou queria, de fato, ajudar diariamente no trabalho espírita, tal como Chico Xavier, Divaldo Pereira Franco, Gabriel Delanne, Léon Denis e o próprio Allan Kardec sempre fizeram?! Qual atitude parece ser a de um verdadeiro missionário do bem e, mais especificamente, do idealista espírita?
15) Pietro Ubaldi afirma ser a reencarnação do Apóstolo Pedro (isso mesmo, ele afirma ser São Pedro! Era ou não era muito “humilde” esse Pietro Ubaldi?!). Divaldo Pereira Franco nega contundentemente essa ideia em um capítulo de sua biografia de autoria de Ana Landi, recentemente publicada. Qual dos dois deve estar errado: Ubaldi ou Divaldo?! Em qual dos dois você confia mais doutrinariamente?!
16) Além de ficar com os direitos autorais de sua obra, Ubaldi fez questão de receber um apartamento em bairro nobre de São Vicente-SP, o qual foi proporcionado por adeptos do Espiritismo. O trabalho de Ubaldi, por acaso, lembra o desapego de seu “ídolo” Francisco de Assis ou mesmo de Chico Xavier?! O trabalho espiritual totalmente gratuito não deveria ser respeitado por aquele que, dizendo-se “franciscano”, queria “tirar o Espiritismo da estagnação”?!
17) Por que Ubaldi praticamente não tinha livro algum em sua casa, a não ser os livros de sua própria autoria, ou seja, livros dele, Pietro Ubaldi? Um suposto atualizador da Doutrina Espírita não teria que estudar profundamente Allan Kardec e diversas obras subsidiárias espíritas de qualidade?! O quanto será que Kardec lia?! E, ademais, Ubaldi não deveria procurar atualizar seus estudos científicos e ler páginas evangélicas, tais como aquelas de Emmanuel, para manter sua “vigilância” e reflexão evangélica sempre em constante renovação?! Vale frisar que Divaldo Franco afirma ler a Codificação todos os dias, o que acontece com vários trabalhadores espíritas! Será que aquele que se lançou como “atualizador” do Espiritismo não teria que fazer isso e muito mais?!
18) Por que Gabriel Delanne, Léon Denis e Camille Flammarion, os maiores continuadores de Allan Kardec, verdadeiros “Apóstolos do Espiritismo”, à semelhança de Allan Kardec, rejeitaram a obra de Roustaing?! Kardec, Delanne, Denis e Flammarion estavam, todos eles, completamente equivocados sobre Roustaing?! Os quatro estariam fascinados e só Roustaing iluminado?!
19) Por que Divaldo Pereira Franco e José Raul Teixeira jamais citavam Roustaing e Ubaldi em suas palestras?! A obra de Roustaing e Ubaldi teria algum valor real para os espíritas se os mais notáveis expositores das últimas décadas no movimento espírita as ignoraram solenemente?!
20) Se muitos roustainguistas consideram a obra de Ubaldi o desenvolvimento do trabalho de Roustaing, por que a Federação Espírita Brasileira (FEB) publicou somente “A Grande Síntese”, primeiro livro de Ubaldi? Será que a editora da referida instituição percebeu algum limitação na obra? Ou foi um problema de “doação”, ou não, de direitos autorais? Ou teria sido outro tipo de desentendimento?
‘ 21) E, finalmente, se Erasto, um dos Espíritos mais importantes da Codificação Kardequiana afirmou em “O Livro dos Médiuns” que “...é preferível rejeitar 10 verdades do que aceitar uma única mentira, uma única teoria falsa” por que será que alguns supostos “espíritas”, também supostamente portadores de ideais elevados, insistem em divulgar obras que estão claramente em oposição aos princípios espíritas?!
Reflitamos com sinceridade doutrinária...

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