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A Tangibilidade é uma Manifestação do Corpo Mental

 
José Sola
Um dos atributos de Deus apresentado por Allan Kardec é de que a Fonte Originária da Vida, em sua essência, é imaterial.
Somos ainda informados pelo mestre Lionês, de que o espirito é uma centelha divina emanada do Criador, o que nos leva a concluir que o espirito é imaterial, tanto quanto Deus.
E no intento de corroborar o que estamos informando, vamos apresentar algumas questões de Kardec que nos permitirá analisar com maior clareza este conceito.
25 - O espirito é independente da matéria, ou não é mais do que uma propriedade desta, como as cores são propriedades da luz e o som uma propriedade do ar?
R – São distintos, mas é necessária a união do espirito e da matéria para dar inteligência a esta.
Nestas palavras do Espirito da Verdade fica explicitado que espirito e matéria são elementos independentes, mas que é o espirito o eu diretor da matéria, assim, é ele que propicia inteligência a mesma.
26 - Pode se conhecer o espírito sem a matéria e a matéria sem o espirito?
R – Pode se, sem dúvida, pelo pensamento.
Nesta questão de o “Livro dos Espíritos” de Kardec, verificamos que nos é possível apreciar o espirito como uma individualidade independente da matéria, através do pensamento, pois embora o pensamento se manifeste revestido de matéria em outra dimensão (psiquismo), nos revela uma causa inteligente, a fonte imaterial que é a vida, e insufla o corpo espiritual, o corpo energético e o corpo de matéria de inteligência, amor, e infinitos atributos que ignoramos possuir.
27 – Haveria, assim, dois elementos gerais do universo: a matéria e o espirito?
R – Sim, e acima de ambos, Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas. E essas três coisas são o principio de tudo o que existe, a Trindade Universal. Mas ao elemento matéria é necessário ajuntar o Fluido Universal, que exerce o papel de intermediário entre o espirito e a matéria propriamente dita, demasiado grosseira para que o espirito possa exercer alguma ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, se pudesse considera-lo como elemento material, ele se distingue por propriedades especiais. (...)
Informa-nos Kardec na questão 27 de que existem dois elementos gerais do
universo, que são espirito e matéria, mas que acima de ambos, está Deus. Mas para que o Criador atue na matéria é necessário outro elemento o Fluido Universal (Principio Psíquico - Corpo Espiritual de Deus), sendo este, o intermediário entre o espirito e a matéria propriamente dita, pois a matéria é demasiado densa para que o espirito possa exercer alguma ação sobre ela.
Lembrando-nos que o Fluido Universal é constituído por partículas de matéria em outra dimensão, distinguindo-se por propriedades especiais. Utilizando-nos da lógica e da razão, verificamos que os corpos que formam o “Ser,” espirito, corpo mental, corpo espiritual, corpo energético (períspirito), e corpo matéria, são individualidades definidas, entretanto, para sequenciarem sua evolução necessitam permanecer em simbiose absoluta, embora permaneçam eternamente como individualidades, demorar-se-ão radicadas na eternidade, pois a evolução vai ao infinito.
E compreendendo as informações passadas por Allan Kardec, verificamos que para atuar na matéria sólida, o Ser Supremo da Vida, necessita do Fluido Universal, que conforme o Espirito da Verdade é composto de matéria em outra dimensão, sem essas graduações diferenciadas da matéria, Deus não teria como atuar na matéria densa que constituem a vida na terra, como em infinitos outros recantos do universo. E como somos imagem e semelhança de Deus, não antropomórficas, mas virtuais, tampouco é possível ao espírito, atuar diretamente na matéria sólida, pois centelhas que somos da vida do Criador, em essência somos imateriais e necessitamos do corpo mental, corpo espiritual, além do corpo energético para nos revestir do corpo material.
E para que saneemos a dúvida quanto à impossibilidade de um espirito comunicar-se diretamente através da matéria, é que apresentamos este mecanismo todo de que necessita o espirito para estar se revestindo do corpo físico.
Não nos esquecendo de salientar as infinitas dimensões vibracionais diferenciadas em que permanece a centelha divina. Digo centelha divina, pois no reino mineral e vegetal, o princípio psíquico ainda não se maturou como espirito, nesse momento evolutivo a matéria ainda não reveste um espirito, mas principio inteligente, pois só podemos chamar o principio inteligente de espírito a partir do reino animal, em razão de que é a partir desse reino que o princípio inteligente se individualiza, então podemos chama-lo de espirito. (Ver o texto “Evolução Anímica”, e questão 78 do Livro dos Espíritos de Allan Kardec)
Sem nos esquecermos que a Física nos informa: para que um corpúsculo atômico possa interagir com outro, há a necessidade de sintonias vibracionais, que se sucedem a maior parte das vezes, nos opostos da carga elétrica
E um pouco mais adiante, estarei inserindo um enxerto do capítulo: Corpo Espiritual em que André Luiz nos informa de que o corpo espiritual é constituído de células, noutra faixa vibratória. Essa diferença vibratória impossibilita ao espírito mesmo revestido de corpo espiritual, interagir na matéria sólida.
Para que aconteça a interação do espirito, como vimos revestido do corpo espiritual, é necessária a intervenção do períspirito que é um corpo energético, plasmático, corpo este que permite ao espírito radicar-se ao plasma sanguíneo, conforme nos informa André Luiz.
Em o livro “Mundo Maior”, nosso amigo Calderaro nos diz ainda: “Todo campo nervoso da criatura constitui a representação de potências perispiríticas, vagarosamente conquistadas pelo ser, através de milênios e milênios”.
E em o livro “Missionários da Luz” na pagina 221 Alexandre corrobora as palavras de Calderaro e também o que estamos informando. “O sangue, portanto, é como se fora o fluido divino que nos fixa as atividades no campo material e em seu fluxo e refluxo incessantes, na organização fisiológica, fornecendo o símbolo do eterno movimento das forças sublimes da Criação Infinita”.
Nas palavras de Calderaro, e de Alexandre, tanto quanto outras, de outros instrutores de André Luiz somos informados que o períspirito está radicado ao plasma sanguíneo, o que quer dizer que é o plasma sanguíneo o elemento que possibilita ao espírito, através do períspirito radicar-se a matéria. Digo espírito e períspirito, porque os mesmos permanecem em simbiose desde os primórdios da evolução anímica, quando na maturação da substância a centelha divina inicia a sua caminhada rumo à evolução que lhe está reservada na eternidade.
E corroborando a premissa de que espírito, períspirito, e matéria permancem em simbiose desde o momento em que o principio inteligente inicia sua caminhada em busca da individualidade, a partir do reino do minério, apresentamos as palavras de Clarêncio, em o livro “Entre a Terra e o Céu” pagina 132. “O prodigioso corpo do homem na Crosta Terrestre foi erigido pacientemente, no curso dos séculos, e o delicado veiculo do Espirito, nos planos mais elevados, vem sendo construído, célula a célula, na esteira dos milênios incessantes....”
Como vimos nas palavras de Calderaro, Clarêncio, e Alexandre, para que o espírito atue na matéria densa, necessita da matéria em outra dimensão, como a da constituição do corpo espiritual, e mesmo assim, necessita de um corpo plasmático que lhe permita aderir às células da matéria sólida.
Já aprendemos que a manifestação da vida no infinito do universo é inteligente, lógica e racional, em todos os momentos da eternidade, e as fórmulas, teoremas, premissas, e outros, de que se utiliza a ciência, corroboram este conceito, pois se a vida do universo não manifestasse essa inteligência, essa lógica e essa racionalidade, não existiria campo de assimilação para que a inteligência, a lógica, e a racionalidade humanas, se manifestassem faltar-lhes-ia correspondência.
Conforme verificamos nas questões de o “Livro dos Espíritos” e no livro “A Gênese” de Allan Kardec que o Ser Supremo do universo, para atuar na matéria sólida, necessita do Fluido Universal, elemento este, que o Espirito da Verdade denomina de matéria embora se apresentando em condições especificas (outra dimensão) e André Luiz corrobora em o livro “Evolução em Dois Mundos”.
Sendo Deus imaterial necessita do Fluido Universal um elemento psíquico, que é constituído de “matéria” em outra dimensão, o espirito que é imagem virtual do Criador, sendo sua essência, também é imaterial, e tampouco tem como interagir ou revestir-se da matéria densa de forma direta, necessita do corpo energético (períspirito), e do corpo espiritual (psiquismo) para poder revestir-se do corpo de matéria. E sequenciando nosso raciocínio, após havermos verificado que o corpo espiritual é um reflexo do corpo mental, vamos continuar extrapolando Kardec, pois ele nos informa em “O Livro dos Médiuns” No capitulo: Do Laboratório do Mundo Invisível, que o espirito tem a possibilidade de tornar-se tangível, e utilizando-se da força de vontade apresentar-se revestido da matéria sutil que o envolve.
Cósmico Universal, lhe é possível, estar elaborando através da mente, uma imagem, revestindo-a dessa matéria, tornando essa imagem tangível, e algumas vezes palpável mesmo, pois é no Fluido Cósmico Universal, nesse Laboratório Infinito da Vida que o espirito encontra a matéria prima que lhe possibilita elaborar os elementos de que necessite ou que deseje, dentre outros a vestimenta, vejamos Kardec.
“126. Temos dito que os espíritos se apresentam vestidos de túnicas, envoltos em largos panos, ou mesmo com os trajes que usavam em vida. O envolvimento em panos parece costume geral no mundo dos espíritos.
Mas aonde irão eles buscar vestuários semelhantes em tudo o que traziam quando vivos com todos os acessórios que os completavam? É fora de qualquer dúvida que não levaram consigo esses objetos, pois que os objetos reais temo-los ainda sob nossas vistas”. (...)
Somos levados a raciocinar que a vestimenta que os espíritos se utilizam na espiritualidade, que se assemelham em tudo às que utilizavam enquanto encarnados, aconteça devido o espirito haver automatizado na mente a configuração da mesma, pois a maior parte das vezes, o espirito não tem consciência de como, ou porque está revestido da roupa que usava quando encarnado, e em alguns casos não lhes é possível escolher sua vestimenta, mas utilizam a que lhes é apresentada, porque muitos espíritos ignoram que estão desencarnados.
E para corroborar meu raciocínio, lembremos que o irmão Jacob, estava vestindo o roupão de enfermaria, Segundo seu entendimento no livro “Voltei” psicografado pelo médium Francisco Candido Xavier, não se sentia a vontade para se afastar do leito com esse roupão, mas não apresentava condições para elaborar outra vestimenta. Passemos a palavra ao irmão Jacob: pelo apresentado por ele próprio Segundo seu entendimento no livro “Voltei”). “Dispúnhamo-nos a deixar o abrigo a que nos refugiáramos, quando percebi que me encontrava em trajes impróprios. Arraigado à ideia de que seria visto por amigos encarnados, não ocultei um gesto de aborrecimento.
À distância do leito, aquele roupão alvo não deixava de ser escandaloso. Marta que me seguia às reflexões, sorridente, vestia-se com apurado gosto.
Ia expor-lhe os receios que me assaltavam, quando se adiantou, asseverando que as preocupações do momento me atestavam as melhoras.
– Um homem desalentado não pensa em roupa - disse-me alegremente”.
Nosso irmão Jacob permanecia vestindo um roupão do hospital, que foi elaborado por outros espíritos, e o costume cinza, semelhante ao que ele costumava usar quando encarnado, foi levado a ele pelo Dr. Bezerra, e pelo irmão Andrade, que não fora confeccionado por ele, o que nos leva a deduzir que o amigo Jacob ainda não se havia apercebido da possibilidade de elaborar a vestimenta. 
Kardec em o livro “A Gênese” no capitulo, Ação dos Espíritos sobre os fluidos. – Criações fluídicas. - Fotografia do pensamento. “Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do Fluido Cósmico Universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam; o meio onde ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis á visão e à audição do Espirito, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis somente a matéria tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, diferente, pela causa e pelos efeitos, da luz ordinária; finalmente o veículo do pensamento, como o ar o é do som.”
E um pouco mais adiante neste mesmo capítulo página 282, ele nos esclarece de que a aparência de que o espírito se reveste ao apresentar-se, é trazida  no pensamento, mas que o espirito em sua essência não é coxo, ou decapitado, apenas refletindo a imagem mental que conserva na consciência.
“Por análogo efeito, o pensamento do espírito cria fluidicamente os objetos que ele esteja habituado a usar.
Um avarento manuseará ouro, um militar trará suas armas e seu uniforme, um fumante o seu cachimbo, um lavrador a sua charrua e seus bois, uma mulher velha a sua roca. Para o espírito, que é, também ele, fluídico, esses objetos fluídicos são tão reais como o eram, no estado real para o homem vivo; mas pela razão, de serem criações do pensamento, a existência deles é tão fugitiva quanto a deste”.
Ao explicitar-nos Kardec de que a existência dos objetos, da vestimenta tanto quanto deste (espirito) é fugitiva, ele faz referência à aparição tangível, pois os espíritos como já o sabemos são eternos, e as vestes de que se utilizam os espíritos, são tão reais para eles, quanto as que usamos enquanto encarnados, só estarão sendo substituídas através da vontade do espírito.
E em “O Livro dos Médiuns”, no capítulo da bicorporeidade e da transfiguração, Kardec narra um fenômeno de tangibilidade do espírito tanto quanto a caixa de rapé, que era seu objeto de uso, passemos a palavra ao nosso mestre Lionês.
“116. Outra senhora, residente na província, estando gravemente enferma, viu certa noite, por volta das dez horas, um senhor idoso, que residia na mesma cidade com quem ela se encontrava às vezes na sociedade, mas sem que existissem relações estreitas entre ambos.
Viu-o perto de sua cama, sentado numa poltrona e a tomar, de quando em quando, uma pitada de rapé. Tinha ares de vigia-la. (...)
Passados alguns dias, tendo-se restabelecido, recebeu a visita do dito senhor, mas em hora mais própria, sendo que desta vez era ele realmente quem lá estava. Trazia a mesma roupa, a mesma caixa de rapé e os modos eram os mesmos. Persuadida de que ele a visitara durante a enfermidade agradeceu-lhe o incomodo a que se dera. O homem, muito espantado, declarou que havia longo tempo não tinha a satisfação de vê-la. (...)
Sequenciando este capítulo existem outras narrativas apresentadas por Kardec que corroboram a tangibilidade. Nesta, somos informados da possibilidade do espírito tornar-se tangível, tanto quanto, da possibilidade de ocorrer o mesmo com um objeto, que o espirito reproduz na tela mental, revestindo-o das energias (matéria em outra dimensão) emanadas pelo pensamento tendo como fonte de manifestação o corpo mental.
Em o livro “Evolução em Dois Mundos” no capítulo Corpo Espiritual André Luiz apresenta argumentos que corroboram as palavras de Kardec, que deixo de transcrever  na integra, pois já o apresentei em textos anteriores, fazendo-o, no entanto, em dois parágrafos desse capítulo no intento de extrapolar melhor o mesmo e de sequenciarmos nossos estudos.
“Para definirmos, de alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação”.
Nestas palavras, André Luiz nos informa que o corpo espiritual não é o reflexo do corpo físico, ou seja, é o corpo de matéria que associado ao períspirito refletem o corpo espiritual, entretanto o corpo espiritual reflete o corpo mental.
Então somos levados a concluir que é através do corpo mental (pensamento) que o espirito manifesta a forma, o que nos leva a deduzir que esta forma já existe como um atributo de Deus como um eterno vir a ser, que através do mecanismo da evolução matura-se e que embora ela já exista como um eterno vir a ser, se apresentará sempre dependendo do momento evolutivo em que se encontra o eu inteligente que está reveste.
Se a forma não existisse no espirito como existe a inteligência, o amor, e infinitos outros atributos que se manifestam de Deus como um eterno vir a ser na vida do espirito, teríamos que admitir que essas formas fossem resultantes de uma casualidade elaboradas pela mente do “Ser”.
Entretanto compreendemos que essas formas, já existem no inconsciente puro, lógico e que as mesmas não se manifestam como infinitos psiquismos individualizados aguardando o momento maturativo para manifestarem-se, o protótipo psíquico é único, contendo as infinitas modalidades de formas que estarão revestindo o espírito na eternidade.
E este raciocínio confirma as palavras de Kardec na questão 88 de o Livro dos Espíritos, quando nos informa que o espírito não tem uma forma fixa, mas que manifesta a forma que responda a seu momento evolutivo.
E André Luiz prossegue corroborando as palavras do Espírito da Verdade:
“Claro está, portanto, que é ele santuário vivo em que a consciência imortal prossegue em manifestação incessante, além do sepulcro, formação sutil urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, a face do sistema de permuta visceralmente renovado, se distribuem mais ou menos à feição das partículas coloides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição específica, apresentando estados morfológicos conforme o campo mental a que se ajusta”.
E nestas palavras André Luiz, corrobora Kardec, informando-nos que o corpo espiritual é formado de matéria em outra dimensão, apresentando-nos uma analogia com alguns elementos materiais, que nos possam dar uma breve noção da matéria que reveste o corpo espiritual.
E ele é explicito em sua informação, pois nos esclarece que o corpo espiritual em sua formação sutil urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, a face do sistema de permuta visceralmente renovado, se distribuem mais ou menos à feição das partículas coloides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição especifica, e apresentando estados morfológicos conforme o campo mental a que se ajusta.
E continuando com Kardec no capítulo 14 de o livro A Gênese, parágrafos13 e 14, nos passa informações que reforçam esta premissa, vejamos.
“Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam; o meio onde ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis á visão e á audição do Espirito, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis somente a matéria tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, diferente, pela causa e pelos efeitos, da luz ordinária; finalmente o veiculo do pensamento como o ar o é para o som.”
Através destas palavras de Kardec, somos informados que os fluidos espirituais constituem um dos estados do Fluido Cósmico Universal, e que o mesmo é a atmosfera dos seres espirituais, em outras palavras, o fluido espiritual, está para o espírito como o ar que respiramos está para nós espíritos encarnados.
E que é este a ambiência de que o espírito retira a matéria prima, que lhe
permite apresentar os fenômenos infinitos que na vida se manifestam. Entretanto, esses fenômenos nos escapam aos cinco sentidos sensoriais, impressionáveis, pois somente a matéria tangível.
É o laboratório infinito, onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, que difere pela causa e pelos efeitos da luz que apreciamos no momento evolutivo em que permanecemos enquanto encarnados, finalmente o veiculo do pensamento como o ar o é para o som, e é no veiculo do pensamento, a energética da mente ou psiquismo (corpo mental), que o espírito encontra campo para manifestar sua vontade, materializando a vida que possui em absoluto em sua condição imaterial.
E nos informa também, que o fluido espiritual constitui um dos estados do Fluídico Cósmico Universal, e este está para Deus, tanto quanto o nosso corpo espiritual está para nosso espirito. Assim como o fluido espiritual é um dos infinitos momentos de ser do Criador, o espirito manifesta através do corpo espiritual, fluidos diversos através de suas vibrações. Alguns como o magnetismo e suas aplicações que nos permitem senti-lo, entretanto outros diversos de que não temos ainda noção dessa realidade, como o pensamento, o psiquismo que permite que a hereditariedade aconteça, pois como já verificamos, a matéria se desintegra e não teria condições de sequenciar o fator hereditário, os genes cromossômicos, pois estes são os responsáveis pela formação do corpo físico, e determinam mesmo, as deformações orgânicas que se manifestam na vida do espírito encarnado, lógico que não são eles a causa, apenas o efeito, a causa é sempre o espirito.
E ainda a luz que o espirito irradia, pois essa luz não se manifesta diretamente do Fluido Cósmico Universal (corpo espiritual de Deus), essa luz é trazida pelo espírito em potenciação em seu inconsciente puro (o espírito em sua condição imaterial), e que através do corpo mental imanta o corpo espiritual, propiciando ao espirito irradiá-la, no momento maturativo apropriado para que esse fenômeno se manifeste.
Isto dito não desejo dizer que o corpo espiritual do espirito não tenha como fonte originária o Fluido Cósmico Universal de Deus, pois nós não somos seres a parte da Criação, existimos e nos movemos em Deus.
Desejo apenas lembrar que a centelha divina (espírito), traz radicado um corpo espiritual (psiquismo), que individuado, o acompanhará na eternidade.
Sendo levado a deduzir que essa individualização aconteça enquanto a centelha divina permanece ainda no núcleo da substância, que maturada inicia sua caminhada rumo à “individualidade”, à lógica e à razão, a partir do reino do minério. Existimos em Deus na eternidade, pois Deus manifesta a Vida em absoluto no universo, a este nada se soma, e tampouco nada se subtrai, e esta premissa nos leva a raciocinar de que existimos em Deus desde a eternidade para toda a eternidade.
Como podemos ver nas informações passadas por Kardec, o Fluido Cósmico Universal, é o “corpo” espiritual que permite ao Mesmo manifeste a vida no universo, em outras palavras, é através do Fluido Cósmico Universal, que Deus materializa a sua vontade, sua inteligência, seu amor, e infinitos outros atributos que desconhecemos, pois em sua essência divina Deus é imaterial.
E como retro informado, o espírito em sua essência, é imaterial quanto Deus, pois como nos informa Kardec somos uma centelha divina do Criador, e para materializar nossa vontade, necessitamos do corpo mental, e é este corpo que através do pensamento irradia a vida em suas infinitas formas de manifestar-se - dependendo é lógico do momento evolutivo em que nos detenhamos-formando o corpo espiritual, pois conforme André Luiz, o corpo espiritual reflete o corpo mental (pensamento).
E no intendo de corroborar esta premissa, apresento uma nota do autor espiritual André Luiz: “O corpo mental, assinalado experimentalmente por diversos estudiosos, é o envoltório sutil da mente, e que por agora, não podemos definir com mais amplitude de conceituação, além daquela com que tem sido apresentado pelos pesquisadores encarnados, e isto por falta de terminologia adequada no dicionário terrestre”. Evolução em Dois Mundos, no Capitulo Corpo Espiritual, pagina 25.
O pensamento é uma energia muito rarefeita, volátil é uma das modalidades de manifestação do principio psíquico, entretanto o mesmo se reveste de matéria em outra dimensão, e isto temos visto através de estudos realizados por cientistas soviéticos, pois estes elaboraram um aparelho sensível, o bastante para ser armado ou desarmado através da mente, e alcançaram êxito nessa experiência, e isto corrobora que o pensamento se manifesta envolto de partículas materiais, pois só a matéria oferece resistência à matéria.
E para corroborar que é o corpo mental a fonte de que se utiliza o espírito para apresentar-se tangível, tanto quanto e também, para fazer tangíveis os mais variados objetos que nossa mente possa conceber, e não apenas objetos constituídos de matéria inerte, mas de vidas embrionárias, entre estas a planta, apresentamos André Luiz em seu livro “Obreiros Da Vida Eterna”, No Capitulo: “O Sublime Visitante” pagina 38, não vou transcrevê-lo na integra, pois é longo, e já o fiz em outros textos, e se tornaria redundante, mas estarei apresentando um tópico desta revelação, em que os espíritos dão vida momentânea a esse quadro da natureza.
Preparando-se para receber Asclépios, um espirito de uma evolução que transcendia a dos espíritos ali presentes, inclusive o próprio Cornélio, sob a direção deste, plasmariam um quadro da natureza, que apresentaria uma árvore frondosa, um lago azul, um gramado, tanto quanto um horizonte de um céu azul.
Cornélio se responsabilizou pela formação do tronco da árvore, os chefes das missões entrelaçaram energias criadoras formando o lago tranquilo, e os demais participantes, formaram as folhagens da árvore, e a vegetação que contornava as aguas serenas, e também, as características do trecho de firmamento que cobria a pintura mental.
Mas o mais maravilhoso desta revelação é quando Cornélio pede a dois auxiliares, que conservassem as mãos unidas ao gabinete, e a tela mental passou a ter uma vida momentânea.
“Cornélio sorriu, evidenciando grande satisfação, e determinou que os dois auxiliares conservassem a destra unida ao gabinete. Desde esse momento, como se uma operação magnética desconhecida fosse posta em ação, nossa pintura coletiva começou a dar sinais de vitalidade temporária. Algo de leve e imponderável, semelhante a caricioso sopro da Natureza, agitou brandamente a árvore respeitável, balouçando-se os arbustos e a minúscula erva, a se refletirem nas águas muito azuis, docemente encrespadas de instante a instante...” “Livro Obreiros da Vida Eterna” pagina 41.
Verificamos nesta revelação de André Luiz algumas das infinitas propriedades da mente, em que esses espíritos se utilizam do psiquismo, plasmam a imagem, e oferecem à mesma uma vida temporária.
E lembramos que não se trata de um processo de materialização, pois nosso amigo Cornélio procurando preparar os participantes desta cena, lhes diz “projetemos nossas forças mentais” deixando claro que a energia aplicada na projeção dessa tela é o Corpo Mental (psiquismo), é matéria em outra dimensão conforme o explicita o Espirito da Verdade, e André Luiz o corrobora nesta revelação como vimos. Então podemos afirmar, sem receio de nos enganarmos, que o fenômeno apresentado pelos amigos espirituais sobre a direção de Cornélio é de tangibilidade.
E quanto à vida momentânea que atribuíram à tela mental, acreditamos que a hajam selecionado como nos informa Kardec, no Fluido Cósmico Universal, pois o psiquismo que é inteligente insuflando vida aos infinitos corpos que se manifestam no universo, é o corpo Espiritual de Deus, e está fora de possibilidade de ser elaborado pela mente dos espíritos, não devemos nos esquecer de que embora sendo deuses como nos informasse Jesus, nós só co-criamos, pois a fonte absoluta da vida é Deus, e nós somos vidas manifestas dessa Vida.
Conhece-te a ti mesmo, estas palavras são mais profundas do que parecem à primeira vista, e com todo respeito pela anatomia, fisiologia, psicanálise, psicologia, ou a psiquiatria, pois estas ciências tem nos apresentado valores extraordinários no campo da saúde.
E nos tem iniciado mesmo no campo do conhecimento de quem somos a anatomia nos apresenta os órgãos internos, definindo lhes as dimensões e suas funções, a fisiologia nos esclarece quanto ao sistema nervoso e suas ações em nosso organismo, tanto quanto nos esclarece sobre o sistema endócrino e suas funções, e nos demostra varias outras manifestações fisiológicas que acontecem em nosso corpo de matéria, em outras palavras, nos informa dos princípios vitais que nossos órgãos desenvolvem.
A psicanálise, a psiquiatria, e a psicologia, têm se demorado no estudo da psique, e nos tem apresentado recursos preciosos no auxilio a mente humana, mas não conseguiram ainda penetrar os arcanos da energética da mente, mantendo-se numa apreciação periférica, observando os efeitos, sem mergulhar na causa que origina a manifestação do pensamento, a proveniência do principio inteligente que se amplia ao infinito, ou ainda ao problema da consciência do ser.
Descrendo da existência de uma Consciência Suprema, imaginam que a mente humana seja a resultante das funções das células neuronais, e acomodam a mente na crença de que essa psique inteligente e racional, que provoca remorsos na consciência do individuo, que promove satisfações ao “Ser” quando age com justeza para com a Lei Divina - que eles fazem questão de ignorar - seja a consequência de uma casualidade.
Mas não devemos nos esquecer de que nossos amigos cientistas estão caminhando ao encontro de si mesmos, alguns descrendo, outros já se questionando, pois os conceitos filosóficos dessas ciências, não respondem mais aos quesitos que a mente lhes apresenta, devido à maturação implacável que o mecanismo do universo nos impõe, não podemos nos esquecer que um cientista é antes de tudo, um médium do progresso.
Contudo não nos esqueçamos de que o Espiritismo está um passo à frente da ciência, e tem nos apresentado fenômenos que mais tarde a ciência corroborou, e no que respeita a ciência da psique, Kardec codificando o Espiritismo, cooperou no advento dessas ciências, e não podemos nos esquecer de que devemos a Jorge Andréa um estudo realizado sobre a energética da mente, com metodologia cientifica, entretanto iluminada pela luz do Espiritismo, e como informado neste tema que desenvolvo, Kardec nos apresenta revelações maravilhosas, extrapoladas e corroboradas por André Luiz, sobre as origens do “Ser”, que tem como fonte originária Deus.

                                                                                                        Sola 

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