Pular para o conteúdo principal

Cordão Espiritual Que Liga o Espírito a Matéria


José Sola


Já verificamos o princípio psíquico manifestando-se na vida do “Ser” em momentos diferenciados de sua manifestação, entretanto entendo não nos seja possível aprecia-las todas no momento evolutivo em que nos demoramos. Verificamos que esta energia, em seus diferentes momentos de ser, é o campo que propícia ao espírito manifeste sua vida, em forma de inteligência e de amor ao corpo de matéria, pois as funções dos mesmos acontecem sem que nós tenhamos noção de suas funções, e essas são inteligentes, não me demorarei explicitando esta realidade, pois já o apresentei no tema anterior, e tornar-se-ia redundante.

Propicia ainda ao espírito manifeste seu amor, suas sensações ao corpo de matéria, pois é o coração o órgão que recebe de forma direta as emoções maravilhosas de amor que o espírito viva, tanto quanto e também, é ainda o coração que sente de maneira direta as emoções tristes que vivamos. Mas esta energia, não se delimita a enviar suas emoções com exclusividade ao coração, pois verificamos que através do sistema nervoso, emitimos vibrações desarmônicas que desestruturam nosso organismo físico, provocando-nos distúrbios psíquicos, que se persistentes, vão se transformar em doenças patológicas. E é ainda o responsável pelo equilíbrio em que se mantenha o organismo físico, pois é através dessa energia que denominamos psiquismo, que o espírito irradia suas vibrações de equilíbrio, de paz, e de amor, não unicamente aos órgãos, mas as multiformes células que compõe os mesmos, revitalizando-os, propiciando-lhes que em suas funções, mantenham a saúde do corpo material.

E não podemos nos esquecer, de que é o corpo espiritual, através do psiquismo, que possibilita se preservem os valores hereditários, que permitem a perpetuação dos espécimes, e que sequenciam através da evolução anímica, os caracteres que definem a mesma, pois a hereditariedade vem se manifestando desde o reino do minério. Conforme esclarecido nos dois textos anteriores o corpo de matéria se desintegra, os elementos químicos e físicos, vão formar outros corpos, se os valores hereditários tivessem como fonte a matéria, não teriam como sequenciar a configuração característica que os individuam conforme o espécime. E quanto ao corpo energético, tampouco responde a esta possibilidade, pois conforme Kardec, o mesmo se reveste das energias ambientais ao mundo em que o Ser se demore, e com isto nos informa que o períspirito, vive modificações, revestindo-se das energias do mundo em que permanece no momento evolutivo em que se encontre o espírito . E André Luiz nos esclarece em o livro “Libertação”, de que alguns espíritos, pertinentes aos vícios e as paixões, acabam desgastando as energias que revestem o períspirito e se transformam em um ovoide. Existem ainda outros momentos em que o períspirito vive mutações, mas não vou descrevê-lo, pois já o fiz nos textos anteriores, e estaria sendo redundante. (Ver os, texto O Pensamento é uma das Manifestações do Princípio Psíquico, e Princípio Psíquico e Hereditariedade) 

Outra modalidade de manifestação do princípio psíquico (psiquismo) é o pensamento, a energética da mente é uma energia muito rarefeita, volátil é uma das variadas manifestações do princípio psíquico. Em sua constituição o mesmo é de uma energia rarefeita, sutil, entretanto se reveste de matéria em outra dimensão. É o pensamento o veículo propulsor do espírito , é o elemento que lhe permite locomover-se, ou seja, volitar. Para se deslocar de um recanto para outro, o espírito aplica a sua vontade, e em algumas oportunidades basta-lhe apenas rememorar um fato, ou alguém, e está lembrança o projetará para o local rememorado. E isto acontece devido à ligação em que nos demoramos em determinados momentos, a recantos que marcaram nossas vidas, e ainda e também devido a sintonia vibracional que nos ligam a outros espíritos.

Em outras palavras, o psiquismo é o fluido que possibilita ao espírito manifestar a vida, irradiando os atributos divinos que herdou de Deus, e que os conserva em potenciação no núcleo da alma, ou seja, em seu inconsciente puro, pois como retro informado, o espírito manifesta sua inteligência aos órgãos, seu amor, ou sua desdita, ao coração, enfim, todas as sensações, e vibrações que traz em seu ser como herança divina do Criador, naturalmente já maturados através das vivenciações e experienciações realizadas em seu percurso na eternidade.

Assim como o psiquismo é o fluido que permite ao espírito atuar no Ser, manifestando a vida em suas infinitas variedades, sem que necessite viver a preocupação de manifesta-la, pois como já explicitamos, em textos anteriores, a centelha divina, o corpo espiritual, (principio psíquico), o corpo energético, (períspirito) e o elemento matéria e energia (corpo material), se mantém em simbiose absoluta, interagindo um com o outro, destacando, contudo, que a centelha divina, é o princípio inteligente que manifesta sua vida insuflando os demais corpos, fazendo-os fremir palpitantes na benção de ser, de existir, também Deus através do Fluido Cósmico Universal, (psiquismo) de que nos informa Kardec, manifesta sua vida no universo. 

E no intento de corroborar esta premissa, vou transcrever o pensamento de Kardec no capitulo 14 de o livro A Gênese, parágrafos13 e 14, na intenção de me aprofundar um pouco mais neste conceito maravilhoso .

“Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam; o meio onde ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do Espírito , mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis somente a matéria tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, diferente, pela causa e pelos efeitos, da luz ordinária; finalmente o veículo do pensamento como o ar o é do som.” Nestas palavras, Kardec nos informa que os fluídos espirituais que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, - atentemos para estas palavras, um dos estados, - o que nos leva a entender que manifesta infinitos outros; em outras palavras, o principio psíquico (psiquismo) é o elemento que permite ao Ser Supremo manifeste sua vida no infinito do universo, e esta manifestação de vida é Criação. E nos revela ainda, de que o Fluido Cósmico Universal (psiquismo), é o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, ou seja, o elemento que vai se manifestar em forma de luz, se detém em latência nesse fluido (psiquismo). E procurando corroborar de que somos imagem e semelhança de Deus, lembramos de que a luz que o espírito manifesta, não a absorve da ambiência do mundo em que se demore, é um dos atributos herdados de Deus, que encerra em potenciação em seu eterno vir a ser, e que através da evolução se matura como os demais, e a fonte que propicia a realização desse prodígio, é o princípio psíquico (fluido), ou seja, uma das variadas formas de manifestação do psiquismo. 

O espírito que é um deus como nos informou Jesus, se manifesta na constituição do Ser, irradiando aos demais constituintes que o complementa, o principio inteligente, a vida, conforme já explicitado. Entretanto o espírito difere do Criador, por faltar-lhe um atributo, ele não cria, apenas cro-cria, pois Deus ao manifestar sua vida no universo, através do Fluido Cósmico Universal, manifesta a centelha divina, que maturada vai ser o princípio inteligente do universo, (espírito ) conforme nos informa Kardec, e esta possibilidade o espírito jamais mais a viverá, pois se isto acontecesse o espírito , estaria criando outro espírito, se igualaria Deus na Criação.

E sequenciando nosso estudo sobre o princípio psíquico (psiquismo), vamos tentar apreciar a origem do cordão espiritual que liga o espírito ao corpo de matéria. Verificamos a priori de que embora este laço ligue a matéria ao espírito , não tem como fonte a matéria, pois é energético, permite ao espírito desprender-se do corpo, percorrer grandes distancias, sem romper o elo que o prende ao corpo material.

E tampouco podemos aceitar a possibilidade de que seja o corpo energético, pois este está em simbiose com o espírito quando do momento do desencarne, o períspirito (corpo energético) acompanha o espírito na espiritualidade, quando reencarna o espírito traz consigo o períspirito, após haver passado pelo processo da miniaturização. (Ver o livro “Missionários da Luz” Capitulo: A Reencarnação de Segismundo) 

E no intento de corroborar que não é o corpo energético que origina o cordão espiritual que liga o espírito ao corpo, lembramos as informações de André Luiz em o livro “Nosso Lar”. Relata-nos esse amigo, que no primeiro dia de trabalho, exausto, deitou-se e adormeceu, e seu espírito desprendeu-se do períspirito e foi ao encontro de sua mamãe em uma região mais evoluída. Esta revelação nos leva a deduzir de que o espírito também está radicado ao períspirito (corpo energético), e que esse mesmo cordão espiritual que o ligava ao corpo de matéria, continua ligando o espírito ao corpo energético. Não devemos nos esquecer de que esses elementos (corpos) coexistem em simbiose desde o reino do minério, nós é que no momento evolutivo em que nos demoramos, ainda não podemos nos aperceber dessa unicidade de princípio. (Para maior clareza sobre esta temática ver o texto Concepção do Períspirito)

Então somos levados a concluir de que o cordão espiritual tem como fonte de origem o corpo espiritual, pois este assim como o pensamento, é uma energia psíquica (fluídica) e que também se reveste de matéria em outra dimensão, pois André Luiz o denomina de cordão prateado e temos ainda alguns relatos que nos informam a percepção deste cordão através da vidência. Se este não se revestisse de matéria em outra dimensão, André Luiz não o poderia visualizar, pois o corpo espiritual se demora numa dimensão vibracional muito fluídica, rarefeita, e menos ainda poderia ser apreciado pelos videntes.

E para evidenciar o que estamos informando, vou transcrever um tópico de André Luiz, em o livro “Obreiros da Vida Eterna” no capitulo Aprendendo Sempre, pagina 226, em que este nos relata o instante em que Jerônimo corta o cordão espiritual de Dimas.

“Jerônimo examinou-o e auscultou-o, como clinico experimentado. Em seguida, cortou o liame final, verificando-se que Dimas, desencarnado, fazia agora o esforço do convalescente ao despertar, estremunhado, findo longo sono. Somente então notei que, se o organismo perispíritico recebia as últimas forças do corpo inanimado, este, por sua vez, absorvia também algo de energia do outro, que o mantinha sem notáveis alterações, o apêndice prateado era verdadeira artéria fluídica, sustentando o fluxo e refluxo dos princípios vitais em readaptação. Retirada a derradeira via de intercambio, o cadáver mostrou sinais, quase de imediato , de decomposição”. 

O cordão espiritual, não impõe limites de distância ao espírito enquanto encarnado, sendo constituído de energia psíquica, o mesmo pode distanciar-se quanto desejar sem que esse cordão se rompa. Entretanto o espírito se detém limitado por sua condição vibracional, sua condição de maturidade espiritual, e portanto não poderá se deslocar ao infinito. E por esse mesmo motivo deduzimos que a elasticidade do cordão espiritual, esteja delimitada a condição evolutiva do mesmo.

Temos alguns confrades que acreditam que quando um espírito encarnado se manifesta através de um médium, existe um limite máximo para que o mesmo se demore incorporado, o que não se justifica, pois o espírito encarnado, não se desligou do corpo, isto é, não rompeu o cordão espiritual, apenas se aparteou do mesmo, como o faz no período do sono, - e na atualidade somos informados de que o sono é provocado pela sonoterapia, permitindo ao homem dormir às vezes dias - entretanto permanece ligado ao seu invólucro material.

E o fator tempo não interfere em nada, pois sabemos que existem possessões em que o espírito possessor se apossa do espírito e do corpo do possesso, algumas vezes por dias mesmo, e alguns espiritas alegam de que Kardec não diz nada sobre esta possibilidade, apresentando mesmo a questão 473 do “Livro dos Espíritos”, mas vamos ver se Kardec nega esta possibilidade mesmo.

Para não ficar duvidas estarei citando mais informações de Allan Kardec, e como sempre suas palavras estão corroboradas pela lógica e pela razão, então estarei apresentando tópicos do Mestre Lionês que corroboram o que estou dizendo.

Nas duas primeiras obras - O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns – Kardec nos informa que não há possessão corporal, entretanto, quando analisando o Um caso de possessão - Senhorita Julie (Revista Espírita 1863), ele textualmente afirmou:

“Dissemos que não havia possessos no sentido vulgar da palavra, mas Subjugados; retornamos sobre esta afirmação muito absoluta, porque nos está demonstrado agora que pode ali haver possessão verdadeira, quer dizer, substituição, parcial, no entanto, de um Espírito errante ao Espírito encarnado”. 

No livro A Gênese, publicado em janeiro do ano de 1868, do qual transcrevemos o seguinte excerto:

47. - Na obsessão, o Espírito atua exteriormente, com a ajuda do seu períspirito, que ele identifica com o do encarnado, ficando este afinal enlaçado por uma como teia e constrangido a proceder contra a sua vontade.

Na possessão, em vez de agir exteriormente, o Espírito atuante se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado; toma-lhe o corpo para domicílio, sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso só se pode dar pela morte.

A possessão, conseguintemente, é sempre temporária e intermitente, porque um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado, pela razão de que a união molecular do períspirito e do corpo só se pode operar no momento da concepção. (Cap. XI, nº 18.)

De posse momentânea do corpo do encarnado, o Espírito se serve dele como se seu próprio fora: fala pela sua boca, vê pelos seus olhos, opera com seus braços, conforme o faria se estivesse vivo. Não é como na mediunidade falante em que o Espírito encarnado fala transmitindo o pensamento de um desencarnado; no caso da possessão é mesmo o último que fala e obra; quem o haja conhecido em vida, reconhece-lhe a linguagem, a voz, os gestos e até a expressão da fisionomia.

“48. - Na obsessão há sempre um Espírito malfeitor. Na possessão pode tratar-se de um Espírito bom que queira falar e que, para causar maior impressão nos ouvintes, toma do corpo de um encarnado, que voluntariamente lho empresta, como emprestaria seu fato a outro encarnado. Isso se verifica sem qualquer perturbação ou incômodo, durante o tempo em que o Espírito encarnado se acha em liberdade, como no estado de emancipação, conservando-se este último ao lado do seu substituto para ouvi-lo.

Quando é mau o Espírito possessor, as coisas se passam de outro modo.

Ele não toma moderadamente o corpo do encarnado, arrebata-o, se este não possui bastante força moral para lhe resistir. Fá-lo por maldade para com este, a quem tortura e martiriza de todas as formas, indo ao extremo de tentar exterminá-lo, já por estrangulação, já o atirando ao fogo ou a outros lugares perigosos. “Servindo-se dos órgãos e dos membros do infeliz paciente, blasfema, injuria e maltrata os que o cercam; entrega-se a excentricidades e a atos que apresentam todos os caracteres da loucura furiosa”. (KARDEC, 2007b, p. 349-350) 

Verificaremos que Kardec parece haver mudado de opinião a respeito do que afirmou no Livro dos médiuns e no Livro dos espíritos, entretanto, não foi Kardec que mudou de opinião, somos nós que extrapolamos de forma equivocada, o que ele escreveu.

Kardec não se equivocou o que aconteceu é que com o aprofundar do tema se apercebeu da possibilidade de o espírito comunicante, envolver o corpo do médium e deu sequência ao estudo que havia começado. Alguns confrades discordam da possibilidade de um espírito envolver o corpo do médium, entretanto esta discordância não faz sentido, não tem lógica, pois se o espírito alimenta seu corpo independente da distância em que se demore, e se somos informados de que o espírito se manifesta através do espírito , fica evidenciado de que o espírito do possessor subjuga o espírito do encarnado, e é natural de que passando a dominar o espírito do “médium” domina também o corpo, pois espírito e matéria permanecem radicados um ao outro. (Ver os temas “A Incorporação Existe Sim” e “A Possibilidade de um Espírito Atravessar Outro Espírito”).

Agora vamos apresentar informações de André Luiz que corroboram Kardec, pois muitos alegam que ele não faz referência alguma a incorporação, ou seja, a possibilidade do espírito envolver o corpo do médium vejamos: Em o livro “Nos Mecanismos da Mediunidade”, no capitulo “Possessão” páginas 77, 78, 79, nosso amigo nos relata um caso de possessão, diagnosticado como epilepsia, em que Pedro, se demora subjugado por uma entidade infeliz, e o relato de André se faz nestes termos; “Pedro e o obsessor que o jugulava pareciam agora fundidos um ao outro.”

“Eram dois contendores engalfinhados em luta feroz”.

E um pouco adiante; “O insensível perseguidor como se entranhara no corpo da vítima”.

E finalizando: “Nosso amigo esta inconsciente? – Aventurou Hilário, entre a curiosidade e o respeito”.

“Sim, considerado como enfermo terrestre, está no momento sem recursos de ligação com o cérebro carnal”.

E tem mais, pois em o livro “Sexo e Destino”, conforme André Luiz, a entidade se entranha de tal forma a Cláudio, a ponto de transformá-lo em um caneco vivo, levando-o a afirmar que o obsessor parece um pé que se ajusta ao sapato; e temos muitas outras informações nesse sentido.

Não me demoro apresentando nada de minha mente, sequer me é necessário extrapolar o que foi apresentado por Kardec e por André Luiz, pois estas exprimem plenamente o conceito dos autores, apenas procurei ater-me a essência e entendendo a lógica de suas palavras, não tenho o que questionar; pois que outra apreciação eu poderia apresentar a essas palavras? Sem dúvida alguma me demoraria perlengando, tentando fazer valer meu conceito, entretanto insustentável, completamente ilógico. 

Como somos informados por André Luiz, e a lógica o corrobora, o espírito se comunica através do espírito , - quando o médium desencarna nenhum espírito se comunica através do corpo inerte de matéria - então podemos concluir de que o cordão espiritual tem como fonte o corpo espiritual, e embora se demore fisicamente distante, através de um desdobramento, ou no repouso do sono, é o corpo espiritual (espírito ) que está ininterruptamente envolvendo o corpo material.

Assim como o princípio inteligente (espírito), alimenta o “Ser” em sua constituição física, como um micro universo que é, através do fluido psíquico, sem necessitar raciocinar para que isto aconteça, pois como já verificamos que o espírito , (corpo espiritual), corpo energético (períspirito), e corpo material, permanecem radicados como um único corpo, embora se demorem vivendo momentos dimensionais diferenciados, como individualidades definidas, não importa em que distância o espírito se encontre ele permanecerá sempre em simbiose com o corpo material, insuflando o mesmo de vida.

E esta fusão dos diferenciados corpos que compõe o ser, nos é apresentada por Allan Kardec, vejamos: 25 - O espírito é independente da matéria, ou não é mais do que uma propriedade desta, como as cores são propriedades da luz e o som uma propriedade do ar?

R – São distintos, mas é necessária a união do espírito e da matéria para dar inteligência a esta.

Nestas palavras do Espírito da Verdade fica explicitado de que espírito e matéria são elementos independentes, mas que é o espírito o eu diretor da matéria, é este, que propicia inteligência a mesma.

26 - Pode se conhecer o espírito sem a matéria e a matéria sem o espírito ? 

R – Pode se, sem dúvida, pelo pensamento.

Nesta questão, Allan Kardec nos esclarece de que só podemos conhecer o espírito sem a matéria através do pensamento, pois o espírito é imaterial, e sem a matéria nos é impossível aprecia-lo. E somos ainda informados por André Luiz em o livro “Evolução em Dois Mundos” no capitulo Corpo Espiritual, sobre o retrato do corpo mental, que não é outra coisa que não, a energia psíquica, que revestida de matéria em outra dimensão reveste o corpo espiritual, e mais ele deixa evidente de que o corpo espiritual não é um reflexo do corpo físico, porque na realidade é o corpo físico que o reflete, e afirma de que o corpo espiritual retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação, corroborando a resposta apresentada a Kardec. 

E é com uma assertiva lógica que afirmamos que pensamento é espírito , pois o pensamento reflete a vida do “Ser”, nos infinitos atributos que este herdou de Deus, tais como inteligência, amor, sexo, insaciabilidade, e infinitos outros que nos escapa a percepção.

27 – Haveria, assim, dois elementos gerais do universo: a matéria e o espírito ?

R – Sim, e acima de ambos, Deus, o criador, o pai de todas as coisas.

E essas três coisas são o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento matéria é necessário ajuntar o fluido universal, que exerce o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, demasiado grosseira para que o espírito possa exercer alguma ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, se pudesse considera-lo como elemento material, ele se distingue por propriedades especiais. (...)

O Espírito da Verdade responde a Kardec de que existem dois elementos gerais do universo, o espírito e a matéria, entretanto o esclarece de que acima de ambos está Deus, o Criador, o pai de todas as coisas. E o informa ainda de que esses três elementos, são o princípio de tudo o que existe. 

E apresenta-nos uma revelação extraordinária, que não temos ainda dado à devida atenção, informando-nos de que ao elemento matéria é necessário ajuntar o fluido universal, que possibilita ao Espírito (Deus), interagir sobre a matéria. 

Retro já informamos de que o Fluido Cósmico Universal (psiquismo) está para Deus, tanto quanto o princípio psíquico está para nosso “Ser”. Deus manifesta sua vida no universo, através do Fluido Universal, o espírito manifesta sua vida ao corpo através do ‘principio psíquico (corpo espiritual).

E lembramos de que assim como não nos é necessário pensar, para que nossos órgãos físicos exerçam suas funções inteligentes, para que o sistema endócrino desempenhe suas atividades inteligentes e especificas mesmo, que os anticorpos executem a tarefa inteligente e raciocinada de defender nosso corpo, que vírus e bactérias desenvolvam vida, e encontrem campo de ação para habitar nosso organismo. Deus não necessita demorar-se a pensar para manifestar Sua Vida no universo, pois assim como os diversos corpos que se demoram em condições vibracionais diferenciadas, radicados um ao outro, em simbiose absoluta permanecem em unicidade, permitindo ao espírito manifestar a vida, insuflando os demais elementos (corpos) que constituem o “Ser”; a Vida Suprema e inteligente do universo, Deus, se manifesta no infinito do mesmo, sem a necessidade de raciocinar a vida para que esta aconteça, pois Ele é a vida absoluta que se manifesta no universo infinito, da qual fazemos parte.

E o elemento (corpo) que possibilita que manifestemos os infinitos atributos que herdamos de Deus, e que o trazemos em potenciação no núcleo da alma (inconsciente puro), é o corpo espiritual, que conforme o Espírito da verdade poderíamos considera-lo como elemento material, ele se distingue por propriedades especiais. E André Luiz corrobora essa afirmativa vejamos: 

“Claro está, portanto, que é ele santuário vivo em que a consciência imortal prossegue em manifestação incessante, além do sepulcro, formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, à face do sistema de permuta visceralmente renovado, se distribuem mais ou menos a feição das partículas coloides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição especifica e apresentando estados morfológicos conforme o campo mental a que se ajusta”.

(Em nota o autor espiritual explica de que se utilizou desses elementos comparativos, por não haver meios de comparação mais adequada).

Conforme nos vamos aprofundando em nossos estudos, melhormente entendemos as palavras de Jesus vós sois deuses, tanto quanto que somos a imagem e semelhança de Deus, e ainda as palavras de Kardec em o livro “A Gênese” quando nos informa que o universo está para Deus, assim como nosso corpo está para o nosso espírito , pois o Criador está no todo do universo infinito, e manifesta a vida, através do Fluído Cósmico Universal (Corpo Espiritual); o espírito está no todo de nosso corpo físico, e manifesta a vida, através do corpo espiritual.

Apreciando este conceito, deixaremos de viver a crença em um Deus antropomórfico, que cria com mãos e mente, a partir do nada, pois o nada é inconcebível, e passaremos a apreciar Deus absoluto no universo, a manifestar a vida, que através de sua vontade se expande, e a esta expansão, nós denominamos Criação.

Postagens mais visitadas deste blog

O livro “Maria de Nazaré” do autor espiritual Miramez pela mediunidade de João Nunes Maia: Uma análise crítica”

Leonardo Marmo Moreira O zelo doutrinário e o cuidado em não aceitar utopias antes delas serem confirmadas é o mínimo de critério que todo espírita consciente deve ter antes de admitir algo dentro do contexto do estudo espírita. Esse critério deve ser ainda mais rigoroso antes do espiritista sair divulgando ou citando, enquanto expositor ou articulista espirita, tais dados ou informações como corroborações a qualquer ideia ou informações, ainda mais quando digam respeito a realidades de difícil constatação, tais como detalhes da vida do mundo espiritual; eventos espirituais envolvendo Espíritos de elevadíssima condição, episódios espirituais de um passado distante, entre outros. Esse tipo de escrúpulo é o que faz com que o Espiritismo não seja apenas uma religião convencional, mas esteja sustentado em um tripé científico-filosófico-religioso, cujo material de conexão dos vértices desse triângulo é a fé raciocinada.  Temos observado confrades citarem a obra “Maria de Naz

A Tangibilidade é uma Manifestação do Corpo Mental

  José Sola Um dos atributos de Deus apresentado por Allan Kardec é de que a Fonte Originária da Vida, em sua essência, é imaterial. Somos ainda informados pelo mestre Lionês, de que o espirito é uma centelha divina emanada do Criador, o que nos leva a concluir que o espirito é imaterial, tanto quanto Deus. E no intento de corroborar o que estamos informando, vamos apresentar algumas questões de Kardec que nos permitirá analisar com maior clareza este conceito. 25 - O espirito é independente da matéria, ou não é mais do que uma propriedade desta, como as cores são propriedades da luz e o som uma propriedade do ar? R – São distintos, mas é necessária a união do espirito e da matéria para dar inteligência a esta. Nestas palavras do Espirito da Verdade fica explicitado que espirito e matéria são elementos independentes, mas que é o espirito o eu diretor da matéria, assim, é ele que propicia inteligência a mesma. 26 - Pode se conhecer o espírito sem a matéria e a matéria

“BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO”: UMA ANÁLISE CRÍTICA (PARTE III (CAPÍTULOS 15 ATÉ 23)

LEONARDO MARMO MOREIRA CONTINUAÇÃO DA PARTE II... Capítulo 15 – A Revolução Francesa                 Nesse capítulo, fora o jargão católico que permeia todo o livro, não há maiores pontos de destaque para a leitura de um Espírita militante. Todavia, acreditamos válido dois registros: p.111  “— Anjo   amigo – interpelou um dos operários da luz naquela augusta assembleia...”                                 “Anjo” é uma expressão católica que não tem nenhum valor à luz da Doutrina Espírita. Será que não poderia ser substituída? A Doutrina Espírita não veio ao mundo para proporcionar a cada um de nós a Verdade que liberta da ignorância? Ora, a ignorância espiritual inclui as visões mitológicas a respeito de Espíritos superiores, os quais são Espíritos humanos, trabalhando para o desenvolvimento progressivo de suas qualidades, o que consiste destino comum a todos nós. Cabe a pergunta: será que Allan Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne, André Luiz, Yvonne Pereira, H